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Projeto (Haarp)

O mais novo “brinquedo” de guerra americano

High Frequency Active Auroral Research Program

Coordenadas: 62° 23′ 30" N, 145° 09′ W

Vista das instalações do HAARP, nas imediações do monte Sanford (Alasca)

O projeto High Frequency Active Auroral Research Program (HAARP) (em português: Programa de Investigação de Aurora Ativa de Alta Frequência) é uma investigação financiada pela Força Aérea dos Estados Unidos, a Marinha e a Universidade do Alaska com o propósito oficial de "entender, simular e controlar os processos ionosféricos que poderiam mudar o funcionamento das comunicações e sistemas de vigilância".
Iniciou-se em 1993 para uma série de experimentos durante vinte anos. É similar a numerosos aquecedores ionosféricos existentes em todo mundo, e tem um grande número de instrumentos de diagnóstico com o objetivo de aperfeiçoar o conhecimento científico da dinâmica ionosférica.

Existem especulações de que o projeto HAARP seria uma arma dos Estados Unidos, capaz de controlar o clima provocando inundações e outras catástrofes. Em 1999, o Parlamento Europeu emitiu uma resolução onde afirmava que o Projeto HAARP manipulava o meio ambiente com fins militares, pleiteando uma avaliação do projeto por parte da Science and Technology Options Assessment (STOA), o órgão da União Européiaresponsável por estudo e avaliação de novas tecnologias.[1] Em 2002, o Parlamento Russo apresentou ao presidente Vladimir Putin um relatório assinado por 90 deputados dos comitês de Relações Internacionais e de Defesa, onde alega que o Projeto HAARP é uma nova "arma geofísica", capaz de manipular a baixa atmosfera terrestre.[2]

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O enclave

O lugar onde se situa HAARP fica próximo à Gakona, Alasca (lat. 62°23’36" N, long 145°08’03" W), ao oeste do Parque Nacional Wrangell-San Elias. Depois de realizar um relatório sobre o impacto ambiental, permitiu-se estabelecer ali uma rede de 180 antenas. O HAARP foi construído no mesmo lugar onde se encontravam algumas instalações de radares, as quais abrigam agora o centro do controle do HAARP, uma cozinha e vários escritórios. Outras estruturas menores abrigam diversos instrumentos. O principal componente de HAARP é o Instrumento de Investigação Ionosférica (IRI), um aquecedor ionosférico. Trata-se de um sistema transmissor de alta frequência (HF) utilizado para modificar temporariamente a ionosfera. O estudo destes dados contribui com informações importantes para entender os processos naturais que se produzem nela.

Durante o processo de investigação ionosférica, o sinal gerado pelo transmissor envia-se ao campo de antenas, as quais a transmitem para o céu. A uma altitude entre 100 e 350 km, o sinal absorve-se parcialmente, concentrando-se numa massa a centenas de metros de altura e várias dezenas de quilômetros de diâmetro sobre o lugar. A intensidade do sinal de alta frequência na ionosfera é de menos de 3 µW/cm2, dezenas de milhares de vezes menor que a radiação eletromagnética natural que chega à Terra procedente do Sol, e centenas de vezes menor que as alterações aleatórias da energia ultravioleta (UV) que mantém a ionosfera. No entanto, os efeitos produzidos pelo HAARP podem ser observados com os instrumentos científicos das instalações mencionadas, e a informação que se obtém é útil para entender a dinâmica do plasma e os processos de interacção entre a Terra e o Sol.

O local onde se encontra HAARP foi construído em três fases. O protótipo tinha 18 antenas, organizadas em três filas de seis antenas cada. Esta instalação inicial demandava 360 kW de potência, e transmitia a energia suficiente para os testes ionosféricos mais básicos.

Na segunda fase foram instaladas mais 48 antenas, ordenadas em seis filas de oito antenas, com uma potência de 960 kW. Com esta potência, já era comparável a outros aquecedores ionosféricos. Esta fase foi utilizada para vários experimentos científicos que deram seus frutos, e várias campanhas de exploração ionosférica durante vários anos.

O desenho final de HAARP consta de 180 antenas, organizadas em 15 colunas de 12 unidades a cada uma. Provém um ganho máximo estimado em 31 dB. Requer uma alimentação total de 3,6 MW. A energia irradiada é de 3981 MW (96 dBW). Em verão de 2005, todas as antenas estavam já instaladas, mas ainda não se tinha transmitido à máxima potência.

Cada antena consta de um dipolo cruzado que pode ser polarizado para efetuar transmissões e recepções em modo linear ordinário (modo Ou) ou em modo extraordinário (modo X). A cada parte de cada um dos dipolos cruzados está alimentada individualmente por um transmissor integrado, desenhado especialmente para reduzir ao máximo a distorção. A potência efetiva irradiada pelo aquecedor está limitada por um fator maior de 10 à mínima frequência operativa. Isto se deve às grandes perdas que produzem as antenas e um comportamento pouco efetivo.

O HAARP pode transmitir numa onda de freqüências entre 2,8 e 10 MHz. Esta intensidade está acima das emissões de rádio AM e por embaixo das freqüências livres. Não obstante, HAARP tem permissões para transmitir unicamente em certas frequências. Quando o aquecedor está transmitindo, a largura de banda do sinal transmitido é de 100 kHz ou menos. Pode transmitir de forma contínua ou em pulsos de 100 microssegundos. A transmissão contínua é útil para a modificação ionosférica, enquanto a de pulsos serve para usar as instalações como um radar. Os cientistas podem fazer experimentos utilizando ambos métodos, modificando a ionosfera durante um tempo predeterminado e depois medindo a atenuação dos efeitos com as transmissões de pulsos.

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Suposto potencial para uso como arma

O Projeto HAARP tem sido objeto de controvérsias desde meados da década de 1990, após alegações de que as antenas poderiam ser utilizadas como uma arma. Em agosto de 2002, o Parlamento Russo apresentou formalmente uma menção crítica. O Parlamento emitiu um comunicado de imprensa a respeito do HAARP escrito pelas comissões de Relações Internacionais e de Defesa, assinado por 90 deputados e apresentado ao presidente Vladimir Putin. Segundo o comunicado:

Os Estados Unidos estão criando novas armas geofísicas que podem influenciar a baixa atmosfera terrestre […] A significação deste salto qualitativo pode ser comparada à transição de armas brancas para armas de fogo, ou de armas convencionais para armas nucleares. Este novo tipo de armas difere dos tipos anteriores à medida que a baixa atmosfera terrestre torna-se objeto direto de influência e um de seus componentes.[2]

Por sua vez, o Parlamento Europeu, em resolução de 28 de janeiro de 1999 versando sobre meio-ambiente, segurança e política externa, assinalava que o Projeto HAARP manipulava o meio-ambiente com fins militares e solicitava que o mesmo fosse objeto de avaliação por parte da Science and Technology Options Assessment (STOA) sobre as possíveis consequências de seu uso para o meio-ambiente regional, mundial e para a saúde pública em geral. A mesma resolução do Parlamento Europeu pedia a organização de uma convenção internacional com vistas à proibição em escala global do desenvolvimento ou utilização de quaisquer armas que possam permitir a manipulação de seres-humanos.[1]

[editar]Alegações de uso e teorias conspiratórias

O HAARP é o protagonista de diversas teorias conspiratórias, nas quais são atribuídos motivos ocultos e capacidades ao projeto. Algumas destas capacidades incluem controle climático e geológico, mapeamento de imagens subterrâneas e controle mental. O jornalista Sharon Weinberger chamou o projeto HAARP de "a Moby Dick das teorias da conspiração" e disse que a popularidade das teorias da conspiração muitas vezes ofusca os benefícios que o projeto HAARP pode trazer para a comunidade científica.[3][4]

Em janeiro de 2010, setores da imprensa venezuelana afirmaram que o terremoto de 2010 no Haiti poderia ter sido causado por armas produzidas pelo projeto HAARP.[5] O site "Venezuelanalysis" afirmou que Chavez nunca fez tais proposições, e que na verdade a proposta teria surgido em uma coluna de opinião do site da internet de uma emissora de televisão governamental.

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aqui segue um video minutos antes do terremoto da china em 2008

sendo visivel o uso do haarp na atmosfera…

Machu Picchu

Machu Picchu (em Portugal também denominado de Machu Pichu)[1], em quíchua Machu Pikchu, "velha montanha", também chamada "cidade perdida dos Incas", é uma cidade pré-colombiana bem conservada, localizada no topo de uma montanha, a 2400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba, atual Peru. Foi construída no século XV, sob as ordens de Pachacuti. O local é, provavelmente, o símbolo mais típico do Império Inca, quer devido à sua original localização e características geológicas, quer devido à sua descoberta tardia em 1911. Apenas cerca de 30% da cidade é de construção original, o restante foi reconstruído. As áreas reconstruídas são facilmente reconhecidas, pelo encaixe entre as pedras. A construção original é formada por pedras maiores, e com encaixes com pouco espaço entre as rochas.

Consta de duas grandes áreas: a agrícola formada principalmente por terraços e recintos de armazenagem de alimentos; e a outraurbana, na qual se destaca a zona sagrada com templos, praças e mausoléus reais.

A disposição dos prédios, a excelência do trabalho e o grande número de terraços para agricultura são impressionantes, destacando a grande capacidade daquela sociedade. No meio das montanhas, os templos, casas e cemitérios estão distribuídos de maneira organizada, abrindo ruas e aproveitando o espaço com escadarias. Segundo a histórica inca, tudo planejado para a passagem do deus sol.

O lugar foi elevado à categoria de Património mundial da UNESCO, tendo sido alvo de preocupações devido à interacção com o turismopor ser um dos pontos históricos mais visitados do Peru.

Há diversas teorias sobre a função de Machu Picchu, e a mais aceita afirma que foi um assentamento construído com o objetivo de supervisionar a economia das regiões conquistadas e com o propósito secreto de refugiar o soberano Inca e seu séquito mais próximo, no caso de ataque.

Pela obra humana e pela localização geográfica, Machu Picchu é considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO. A 7 de julho de 2007, em Lisboa, estádio da Luz, Portugal, o monumento foi eleito e considerado oficialmente como uma das sete maravilhas do Mundo

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História

[editar]Machu Picchu no século XIX

Huayna Picchu – A montanha maior, atrás da cidade.

Em 1865, no curso de suas viagens de exploração pelo Peru, o naturalista italiano Antonio Raimondi passou ao pé das ruínas sem sabê-lo e menciona o quão escassamente povoada era a região na época. Porém, tudo indica que foi por esses anos que a região começou a receber visitas por interesses distintos dos meramente científicos.

De fato, uma investigação em curso divulgada recentemente[2][3] revela informação sobre um empresário alemão chamado Augusto Bernsque em 1867 não só havia "descoberto" as ruínas mas também havia fundado uma empresa "mineira" para explorar os presumidos "tesouros" que abrigavam (a "Compañía Anónima Explotadora de las Huacas del Inca"). De acordo com esta fonte, entre 1867 e 1870 e com a aprovação do governo de José Balta, a companhia havia operado na zona e logo vendido "tudo o que encontrou" a colecionadores europeus e norte-americanos.[4]

Conectados ou não com esta suposta empresa (cuja existência espera ser confirmada por outras fontes e autores) o certo é que nesta época que os mapas de prospecções mineiras começam a mencionar Machu Picchu. Assim, en 1870, o norte-americano Harry Singer coloca pela primeira vez em um mapa a localização do Cerro Machu Picchu e se refere ao Huayna Picchu como "Punta Huaca del Inca". O nome revela uma inédita relação entre os incas e a montanha e inclusive sugere un caráter religioso (uma huaca nos Andes antigos era um lugar sagrado).[5]

Um segundo mapa de 1874, elaborado pelo alemão Herman Gohring, menciona e localiza em seu local exato ambas montanhas.[6]

Por fim, em 1880 o explorador francês Charles Wiener confirma a existência de restos arqueológicos no lugar (afirma "há ruínas na Machu Picchu"), embora não possa chegar ao local.[7] Em qualquer caso está claro que a existência da suposta "cidade perdida" não se havia esquecido, como se acreditava até há alguns anos.

[editar]Redescobrimento

Vista da cidadela de Machu Picchu em1911.

Foi o professor norte-americano Hiram Bingham quem, à frente de uma expedição da Universidade de Yale, redescobriu e apresentou ao mundo Machu Picchu em 24 de julho de 1911. Este antropólogo, historiador ou simplesmente, explorador aficcionado da arqueologia, realizou uma investigação da zona depois de haver iniciado os estudos arqueológicos. Bingham criou o nome de "a Cidade Perdida dos Incas" através de seu primeiro livro, Lost City of the Incas. Porém, naquela época, a meta de Bingham era outra: encontrar a legendária capital dos descendentes dos Incas, Vilcabamba, tida como baluarte da resistência contra os invasores espanhóis, entre 1536 e 1572. Ao penetrar pelocânion do Urubamba, Bingham, no desolado sítio de Mandorbamba, recebeu do camponês Melchor Arteaga o relato que no alto de cerro Machu Picchu existiam abundantes ruínas. Alcançá-las significava subir por uma empinada ladeira coberta de vegetação.

Quando Bingham chegou à cidade pela primeira vez, obviamente encontrou a cidade tomada por vegetação nativa e árvore. E também era infestada de víboras.

Embora céptico, conhecedor dos muitos mitos que existem sobre as cidades perdidas, Bingham insistiu em ser guiado ao lugar. Chegando ao cume, um dos meninos das duas famílias de pastores que residiam no local o conduziu aonde, efetivamente, apareciam imponentes construções arqueológicas cobertas pelo manto verde da vegetação tropical e, em evidente estado de abandono há muitos séculos. Enquanto inspecionava as ruínas, Bingham, assombrado, anotou em seu diário:

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Would anyone believe what I have found?" (Acreditará alguém no que encontrei?)
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Hiram Bingham

Depois desta expedição, Bingham voltou ao lugar em 1912 e, nos anos seguintes (1914 e 1915), diversos exploradores levantaram mapas e exploraram detalhadamente o local e os arredores.

Suas escavações, não muito ortodoxas, em diversos lugares de Machu Picchu, permitiram-lhe reunir 555 vasos, aproximadamente 220 objetos de bronze, cobre, prata e de pedra, entre outros materiais. A cerâmica mostra expressões da arte inca e o mesmo deve dizer-se das peças de metal: braceletes, brincos e prendedores decorados, além de facas e machados. Ainda que não tenham sido encontrados objetos de ouro, o material identificado por Bingham era suficiente para inferir que Machu Picchu remonta aos tempos de esplendor inca, algo que já evidenciava seu estilo arquitetônico.

Bingham reconheceu também outros importantes grupos arqueológicos nas imediações: Sayacmarca, Phuyupatamarca, a fortaleza de Vitcos e importantes trechos de caminhos (Caminho Inca), todos eles interessantes exemplos da arquitetura desse império. Tanto os restos encontrados como as evidências arquitetônicas levam os investigadores a crer que a cidade de Machu Picchu terminou de ser construída entre fim do século XV e início do século XVI.

A expedição de Bingham, patrocinada não somente pela Universidade de Yale como também pela National Geographic Society, foi registrada em uma edição especial da revista, publicada em 1913, contendo um total de 186 páginas, que incluía centenas de fotografias.

Panorama de Machu Picchu em meio às cadeias de montanhas peruanas.

[editar]Geografia

[editar]Localização

Localização das ruínas de Machu Picchu, no Canhão) do Urubamba. Observe-se a curva que o rio descrevem em torno das montañas Machu Picchu e Huayna Picchu.

Mapa da localização de Macchu Picchu.

Machu Picchu se encontra a 13º 9′ 47" de latitude sul e 72º 32′ 44" de longitude oeste. Faz parte do distrito de mesmo nome, na província de Urubamba, no Departamento de Cusco, no Peru. A cidade importante mais próxima é Cusco, atual capital regional e antiga capital dos incas, a 130 quilômetros dali.

A 2400 metros de altitude, Machu Picchu está situada no alto de uma montanha, cercada por outras montanhas e circundada pelo rio Urubamba, o que lhe proporciona uma atmosfera única de segurança e beleza

As montanhas Machu Picchu e Huayna Picchu são parte de uma grande formação orográfica conhecida como Batolito de Vilcabamba, na Cordilheira Central dos Andes peruanos. Encontram-se na margem esquerda do chamado Canyon do Urubamba, conhecido antigamente como Quebrada de Picchu.[8] Ao pé dos montes e praticamente rodeando-os, corre o rio Urubamba (Vilcanota). As ruínas incas encontram-se a meio caminho entre os picos das duas montanha, a 450 metros acima do nível do vale e a 2.438 metros acima do nível do mar. A superfície edificada tem aproximadamente 530 metros de comprimento por 200 de largura e contém 172 edifícios em sua área urbana.

As ruínas, propriamente ditas, estão dentro de um território do Sistema Nacional de Áreas Naturais Protegidas pelo Estado (SINANPE),[9]chamado Santuário Histórico de Machu Picchu, que se estende sobre uma superfície de 32 592 hectares, (80 535 acres ou 325,92 km²) da bacia do rio Vilcanota-Urubamba (o Willka mayu ou "rio sagrado" dos incas). O Santuário Histórico protege uma série de espécies biológicas em perigo de extinção e vários estabelecimentos incas,[10] entre os quais Machu Picchu é considerado o principal.

[editar]Turismo

Machu Picchu recebe turistas do mundo todo. A infraestrutura completa para o turista está nas vizinhas cidades de Águas Calientes e Cusco.

[editar]Formas de acesso
  • A partir da cidade de Cusco a viagem de trem leva três a quatro horas, até chegar ao povoado de Águas Calientes. Neste local há micro-ônibus frequentes, que levam cerca de 30 minutos para chegar a Machu Picchu, pela rodovia Hiram Bingham (que sobe a encosta do cerro Machu Picchu desde a estação ferroviária "Puente Ruinas", localizada no fundo do canion. A mencionada rodovia, porém, não está integrada à rede nacional de rodovias do Peru. Nasce no povoado de Águas Calientes que por sua vez só é acessível por ferrovia (3 a 4 horas desdeCusco). A ausência de uma rodovia direta a Machu Picchu é intencional e permite controlar o fluxo de visitantes à região, por ser uma reserva nacional. Isso, porém, não impediu o crescimento desordenado (criticado pelas autoridades culturais) de Águas Calientes, que vive do turismo e para o turismo, pois há hoteis e restaurantes de diferentes categorias no local.
  • Seguindo o Caminho Inca em uma caminhada de quatro dias e chegar a Machu Picchu pela "porta do Sol". Para isso é necessário tomar o trem até o km 82 da ferrovia CuscoÁguas Calientes, de onde parte o caminho a pé.[11] Pode-se realizar a trilha completa, caminhando os 45 quilômetros em quatro dias com pernoites nos acampamentos com infra-estrutura, ou fazer a trilha curta, que pode ser realizada de duas maneiras: em dois dias, com pernoite no alojamento próximo às ruínas de Wina Wayna, chegando à Porta do Sol pela manhã ou caminhar os 12 quilômetros num único dia, chegando em Machu Picchu no final da tarde.
  • A partir da cidade de Cusco, fazer o passeio do Vale Sagrado dos Incas até Ollantaytambo e aí tomar o trem até Aguas Calientes e daí em micro-ônibus.
  • Também é acessível de helicóptero, em um voo de trinta minutos a partir de Cusco.

[editar]Divisões

Principales sectores de Machu Picchu, de acuerdo a la nomenclatura utilizada por los arqueólogos del INC-Cusco.

A área edificada em Machu Picchu é de 530 metros de comprimento por 200 de largura e inclui ao menos 172 recintos. O complexo está claramente dividido em duas grandes zonas: a zona agrícola, formada por conjuntos de terraços de cultivo, que se encontra ao sul; e a zona urbana, que é aquela onde viveram seus ocupantes e onde se desenvolviam as principais atividades civis e religiosas. As duas zonas estão separadas por um muro, um fosso e uma escadaria, elementos que correm paralelos pela face leste da montanha.

[editar]Zona agrícola

Os terraços de cultivo de Machu Picchu aparecem como grandes escadarias construídas sobre a ladeira. São estruturas formadas por um muro de pedra e preenchidas com diferentes capas de material (pedras grandes, pedras menores, cascalho, argila e terra de cultivo) que facilitam a drenagem, evitando que a água se empoce (leve-se em conta a grande pluviosidade da região) e desmorone sua estrutura. Este tipo de construção permitiu que se cultivasse neles até a primeira década doséculo XX. Outros terraços de menor largura se encontram na parte baixa de Machu Picchu, ao redor de toda a cidade. Sua função não era agrícola, mas sim servir como muros de contenção.

Cinco grandes construções localizam-se sobre os terraços ao leste do caminho inca que chega a Machu Picchu pelo sul. Foram utilizados como armazéns. A oeste do caminho encontram-se outros dois grandes conjuntos de terraços: alguns concêntricos de corte semicircular e outros retos.

[editar]Zona urbana

Um muro de cerca de 400 metros de comprimento divide a cidade da área agrícola. Paralelo ao muro corre um fosso usado como principal drenagem da cidade. No alto do muro está a porta de Machu Picchu que contava com um mecanismo de fechamento interno.

A zona urbana foi dividida pelos arqueólogos atuais em grupos de edifícios denominados por números entre 1 e 18. Ainda está em vigência o esquema proposto por Chavez Ballón em1961 que divide a zona urbana em “setor hanan” (alto) e “setor hurin” (baixo) conforme a tradicional bipartição da sociedade e da hierarquia andina. O eixo físico dessa divisão é uma praça comprida, construída sobre terraços em diferentes níveis, de acordo com o declive da montanha.

O segundo eixo da cidade em importância forma uma cruz com o anterior, atravessando praticamente toda a largura das ruínas de leste a oeste. Consiste de dois elementos: uma larga e comprida escadaria que faz a vez de “rua principal” e um conjunto de elaboradas fontes de água que corre paralelo a ela.

Na intersecção dos dois eixos estão localizadas a residência do inca, o templo observatório do torreão e a primeira e mais importante das fontes de água.

[editar]Setor Hanan
Conjunto 1
Templo do Sol

O recinto curvo do Templo do Sol ou Torreón

O Templo do Sol é acessível por uma porta dupla, que permanecia fechada (há restos de um mecanismo de segurança). A edificação principal é conhecida como "Torreón", de blocos finamente lavrados. Foi usado para cerimônias relacionadas com o solstício de verão.[12] Uma de suas janelas mostra sinais de ornamentos incrustados que foram arrancados em algum momento da história de Machu Picchu, destruindo parte de sua estrutura. Mostra também sinais de um grande incêndio no lugar. O Torreón está construído sobre uma grande rocha sob a qual há uma pequena cova que foi forrada completamente com argamassa fina. Supõe-se que foi um mausoleo e que em seu interior haveria múmias. Lumbreras também especula que há indícios para afirmar que pode ser o mausoleo de Pachacutec e que sua múmia esteve ali até pouco depois da chegada dos espanhóis em Cusco.[13]

Residência Real

Das construções destinadas a residência real, esta é a mais fina, maior e melhor distribuída. Sua porta de acesso está frente à primeira fonte da cidade e, atravessando a rua formada por uma grande escadaria, ao Templo do Sol. Inclui duas peças de grandes monólitos de pedra bem talhada. Uma dessa peças tem acesso a um quarto de serviço com canal de deságue. O conjunto inclui um curral para llhamas e um terraço privado com vista ao lado leste da cidade.

[editar]Zona sagrada

A estrutura connhecida como Templo Principal.

É chamado assim o conjunto de construções dispostas em torno de um pátio quadrado. Todas as evidências indicam que o lugar estava destinado a diferentes rituais. Inclui dois dos melhores edifícios de Machu Picchu, que estám formados por rochas trabalhadas de grade tamanho: O Templo das Três Janelas, cujos muros de grandes blocos poligonais foram ensam postos como um quebra-cabeças, e oTemplo Principal, de blocos mais regulares, que se crê que foi o principal recinto cerimonial da cidade. Junto com este último está a chamada casa do sacerdote, ou câmara dos ornamentos. Há indícios que sugerem que o conjunto geral não terminou de ser construído.

Intihuatana

Intihuatana: relógio e calendário solar.

Trata-se de uma colina cujos lados foram convertidos em terraços, tomando a forma de uma grande pirâmide de base poligonal. Inclui duas largas escadas de acesso, ao norte e ao sul, sendo esta última especialmente interessante por estar em largo trecho talhada em um só rocha. No alto, rodeada de construções da elite, encontra-se a pedra Intihuatana ("onde se amarra o Sol"), um dos objetos mais estudados de Machu Picchu, que foi relacionado com uma série de lugares considerados sagrados a partir do qual se estabelecem claros alinhamentos entre acontecimentos astronômicos e as montanha circundantes.[14]

[editar]Setor Urin
Rocha sagrada

Se chamam assim uma pedra de face plana colocada sobre um amplo pedestal. É uma marcação que indica o extremo norte da cidade e é o ponto de partida do caminha a Huayna Picchu.

Grupo das três portas

É um amplo conjunto arquitetônico dominado por três grandes kanchas dispostas simetricamente e comunicadas entre si. Suas portas, de idêntico formato, dão para a zona central de Machu Picchu. [15]

Vista del Conjunto 9 ou das Três Portadas sobre três níveis de terraços frente à praça principal.

[editar]Aspectos construtivos

[editar]Engenharia hidráulica e de solo

Uma cidade de pedra construída no alto de um istmo entre duas montanhas e entre duas falhas geológicas, em uma região submetida a constantes terremotos e, sobretudo a constantes chuvas o ano todo apresenta um desafio para qualquer construtor: evitar que todo o complexo se desmorone. Segundo Alfredo Valencia e Keneth Wright "o segredo da longevidade de Machu Picchu é seu sistema de drenagem".[16] O solo das áreas não trabalhadas possui um sistema de drenagem que consiste em capas de pedras trituradas e rochas para evitar o empoçamento da água das chuvas. 129 canais de drenagem se estendem por toda a área urbana, feitos para evitar a erosão, desembocando em sua maior parte no fosso que separa a área urbana da agrícula, que era na verdade o desague principal da cidade. Calcula-se que 60% do esforço construtivo de Machu Picchu estava em fazer as cimentações sobre terras que já sofreram terraplanagem com cascalho para um bom dreno das águas em excesso.

[editar]Orientação das construções

Existem sólidas evidências de que os construtores tiveram em conta critérios astronômicos e rituais para a construção de acordo com estudos de Dearborn, White, Thomson e Reinhard, entre outros. Na verdade, o alinhamento de alguns edifícios importantes coincide com o azimute solar durante os solstícios de maneira constante e com os pontos do nascer-do-sol e pôr-do-sol em determinadas épocas do ano, e com o topo das montanhas circundantes.[17][18]

[editar]Arquitetura
Material
Morfologia
  • Quase todos os edifícios são de planta retangular. Há os de uma, duas e até oito portas, normalmente em apenas um dos lados maiores do retângulo. Existem poucas construções de planta curva e circular.
  • São frequentes as construções chamadas huayranas. Estas só possuem três muros. Neste caso no espaço do "muro faltante" aparece uma coluna de pedra para sustentar uma viga de madeira que serve de suporte ao teto. Também existem os chamados masmas, duas huayranas unidas por um muro no meio.

Detalhe de parede

  • As construções normalmente seguem o esquema das kanchas, ou seja, quatro construções retangulares dispostas em torno de um pátio central unidos por um eixo de simetria transversal.[19] A este pátio dão todas as portas.
Muros e paredes

Os muros e paredes de pedra eram basicamente de dois tipos:

  • De pedra unida com argamassa de barro e outras substâncias. Há evidências de que estas construções, que são maioria em Machu Picchu, estiveram recobertas com uma camada de argila e pintadas (em amarelo e vermelho, ao menos), embora a desintegração precoce dos tetos as tornaram vulneráveis à chuva frequente da região e portanto não se conservara.
  • De pedra cuidadosamente lavrada nas construções de elite. São blocos de granito, sem brilho e perfeitamente talhados em forma de prismas retangulares (paralelepípedos, como os tijolos) ou poligonais. Suas faces exteriores podem ser almofadadas, ou seja, com protuberâncias, ou perfeitamente lisas. Nesses casos, a união dos blocos parece perfeita e permite supor que não têm nenhum tipo de argamassa; porém de fato o tem: é uma fina capa de material aglutinante que se encontra entre pedra e pedra embora seja invisível por fora. O esforço dessas realizações em uma sociedade sem ferramentas de ferro (somente conheciam o bronze, muito menos rígido) é notável.
Cobertura

Cobertura reconstruída

Não se conservou nenhum teto original, porém há consenso em afirmar que a maioria das construções o tinham, de duas ou quatro águas. Houve um teto cônico sobre o torreón e era formado por uma armação de troncos de Alnus acuminata[20] amarrado e coberto por camadas de Stipa ichuun. A fragilidade desse tipo de palha e alta pluviosidade da região fez necessário que estes tetos tivesse inclinação de até 63º.[21] Assim a altura dos tetos muitas vezes duplicava a altura do resto do edifício.

Portas, janelas e nichos

Janela de casa

  • Como é clássico na arquitetura inca, a maioria das portas, janelas e nichos (chamados falsas janelas) têm forma trapezoidal, mais larga na base que no topo. A trava superior podiam ser de madeira ou de pedra (às vezes um só grande bloco). As portas dos recintos mais importantes eram duplas e em alguns casos incluíam um mecanismo de fechamento interior.
  • As paredes interiores de boa parte das construções têm nichos em forma trapezoidal, junto às janelas. Blocos cilíndricos ou retangulares sobressaem com frequência dos muros como grandes varandas, dispostos em forma simétrica com os nichos, quando existentes.

A ilha da Páscoa

Introdução

Localizada no oceano Pacífico a 3200 km da costa do Chile, a Ilha da Páscoa, ou Rapa Nui como a chamam os polinésios, intrigou os europeus antes ainda que o primeiro deles pussesse os pés na ilha. No dia da páscoa do ano de 1722 o capitão Jacob Roggeveen ao avistar a desconhecida ilha, intimidou-se com o que, sob a difusa luz do entardecer, pareciam ser ameaçadores gigantes protegendo a costa. Os gigantes, descobriu o cauteloso capitão na manhã do dia seguinte, eram impressionantes estátuas de pedra, construídas por um povo que chamava à sua ilha de "Te-Pito-Te-Henua", ou "Umbigo do Mundo".
O nome de "umbigo do mundo" não poderia ser mais apropriado. A Ilha da Páscoa é um dos pontos mais remotos da Terra; está a quase 2000 km da civilização mais próxima, a ilha Pitcairn. Esta pequena ilha vulcânica, que se pode percorrer a pé em apenas um dia, reservou aos arqueólogos vários enigmas:
(1) De onde teriam vindo os primeiros habitantes da Ilha da Páscoa e como fizeram para chegar a um ponto tão isolado do oceano Pacífico sem dispor de grandes navios e instrumentos de navegação?
(2) Por que a ilha estava praticamente deserta quando foi visitada pela segunda vez em 1774? O que acontecera aos seus habitantes nos 50 anos que se passaram após sua descoberta?
(3) E finalmente, quem construiu e por quê, os colossais gigantes de pedra chamados pelos nativos de moai? E como fizeram para transportar e erguer estas estátuas, a maior delas de 90 toneladas, por distâncias que podiam chegar a 20 km?
Enquanto os pesquisadores falharam em dar respostas definitivas a estas questões, a Ilha da Páscoa foi alvo das mesmas especulações místicas/extraterrestres que atingiram outros sítios arqueológicos famosos como as pirâmides do Egito, as civilizações dos Maias e Incas, as linhas da planície de Nazca, etc. Entretanto, para desapontamento de grande quantidade de ufólogos e paranormais nenhuma das três questões permanece atualmente um mistério. Vejamos uma a uma.

Mapa

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Os mistérios (I)

De onde vieram os habitantes de Rapa Nui?

Muitos acreditam que os antigos habitantes da Ilha da Páscoa vieram do continente perdido da Lemuria. A Lemuria é uma terra mitológica, uma utopia como a famosa obra escrita por Thomas More, que segundo alguns teria existido no oceano Pacífico há "um ano galáctico atrás, ou 26000 anos, durante a Era de Ouro do Império do Sol". Esta sociedade tropical espiritualmente avançada e baseada no poder feminino teria vivido em perfeita paz e harmonia até ser submersa por uma inundação global (o dilúvio de Noé?). Diz a lenda que seus habitantes, que "praticavam comumente a levitação, a viagem astral e o teletransporte, de maneira que veículos não eram necessários" teriam sido os responsáveis por erguer osmoai da Ilha da Páscoa, num local que outrora, antes do cataclisma, teria sido uma alta montanha da Lemuria (segundo os crentes, alguns locais da Terra como a cidade de Los Angeles e a Ilha da Páscoa seriam as pontas imersas deste continente submerso, e isso explicaria porque nestes locais há "tantas pessoas espirituais com tantas idéias de elevada consciência"). Esta explicação e toda a teoria "lemuriana" vai de encontro ao fato amplamente aceito pelos geólogos de que as ilhas polinésias não são parte de um continente afundado, mas os topos de extintos vulcões.
Outra explicação, esta com um pouco mais de embasamento teórico e experimental foi dada pelo arqueólogo Thor Heyerdahl nos anos 50. Intrigado com a existência de pés de tomate na ilha, uma planta nativa da América do Sul, e pela perfeição dos muros construídos, semelhantes aos dos Incas, Heyerdahl propôs que o povo de Rapa Nui seria descendente de uma civilização anterior aos Incas, que teria se lançado ao mar na costa do Peru e alcançado por acidente a remota ilha. Heyerdahl mostrou que a viagem seria possível organizando ele mesmo uma expedição que se tornou famosa, a Kon Tiki, que após três meses no mar chegou aos recifes da Ilha de Puka Puka (bastante ao norte de Rapa Nui). Mesmo tendo provado ser possível navegar grandes distâncias no oceano Pacífico utilizando canoas semelhantes a dos primitivos navegadores, esta teoria não foi amplamente aceita pela comunidade científica por falta de evidências arqueológicas e linguísticas. Hoje está definitivamente provado, através do exames de DNA de esqueletos encontrados na ilha, que os primeiros habitantes da Ilha da Páscoa não vieram do Peru mas das ilhas Polinésias, por volta do ano 400 D.C.

Por que desapareceram?

Este é ao mesmo tempo o "mistério" mais bem resolvido de todos e o mais inquietante. Estudos de pólen mostram que na época em que os polinésios chegararam à Rapa Nui, por volta do ano 400 D.C., a ilha era inteiramente coberta por florestas. No entanto quando os europeus chegaram em 1722, encontraram uma ilha completamente desmatada a não ser por umas poucas árvores nas regiões mais altas.
Os arqueólogos sabem hoje que enquanto houve abundância de recursos, a população de Rapa Nui cresceu e floresceu como uma das mais avançadas de seu tempo. Mas assim que a madeira, utilizada para cozinhar, para construir barcos e casas e especialmente para mover as pesadas estátuas esgotou-se, a civilização ruiu e a barbárie se instalou. Sem poder construir casas o povo passou a viver em cavernas. Sem redes (que assim como as roupas eram feitas à partir da madeira) não havia como pescar e o frango tornou-se praticamente a única fonte de alimento que tinha que ser defendido contra os saques. Com o alimento escasso e vivendo um estado de guerra constante, muitos apelaram para o canibalismo. E o mais trágico é que sem barcos para vencer os milhares de quilômetros até a ilha mais próxima, o povo de Rapa Nui se tornou prisioneiro em sua própria iha. Em poucos anos a população, que em seu auge tinha sido de quase 10.000 pessoas, reduziu-se para algumas centenas de sobreviventes apenas.
A trágica história do povo da Ilha da Páscoa tem sido muitas vezes usada como metáfora para a história da própria humanidade. Assim como os antigos habitantes de Rapa Nui nós também estamos ilhados em nosso planeta e dispomos de uma quantidade finita de recursos naturais. Será que podemos aprender com o fracasso daquele povo e descobrir um meio de evitar o colapso de nossa civilização antes de exaurir nossos recursos?

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Os mistérios (II) – os moai

MoaiO caos que reinou após o esgotamento de seus recursos naturais não foi a única tragédia pela qual passou o povo de Rapa Nui. No século XIX, sucessivos saques dos espanhóis levaram como escravos quase todos os sobreviventes da ilha para trabalhar em minas de guano (um tipo de fertilizante). É natural portanto que não tenham restado registros orais de como os moai foram construídos. O pouco do folclore que resistiu conta que alguns sacerdotes como o rei Tuu Ku Ihu e seu deus Make Make podiam dar vida às estátuas usando mágica, ou mana. Animadas por esta energia divina as estátuas criavam vida e simplesmente andavam até o seu local. Os atuais moradores da Ilha da Páscoa compreensivelmente acreditam nestas lendas contadas por seus antepassados. O prefeito da ilha (em abril de 1998) dá voz ao pensamento geral: "Quando se vive em um lugar isolado do mundo por gerações e gerações tem-se mais tempo para levar sua mente a um máximo. É possível que naquele tempo existisse o fenômeno chamado mana. Nós, como seres humanos, não usamos nem um quarto de nossos cérebros. Eles aperfeiçoaram isso porque eram capazes de se concentrar mais do que somos capazes hoje". Não se pede que o povo simples de Rapa Nui abandone suas tradições já tão maltratadas, mas é uma pena ver como estas histórias perdem sua beleza e poesia quando se tenta justificá-las por falácias como o tal mito de que usamos apenas parte do nosso cérebro.
Mesmo longe do isolamento cultural da Ilha da Páscoa pode-se encontrar pessoas que creêm em estátuas de pedra que criam vida (o que nos parece um pouco mais grave). Há alguns livros, felizmente não muitos, que ensinam como usar a energia das pedras,lápitus, ou energia akásica, e "como ouvir o que nos têm para contar as pedras".
Quando as pedras voavamO livro "Quando as pedras voavam" (São Paulo: Mandala Livreiros, Editores e Importadores – 1977) do espanhol José Ramon Molinero (Supremo Grão Mestre da Ordem do Limão Branco) ensina estes e outros segredos, como por exemplo o que são os petrus: "seres elementais, guardiães de segredos que, vivendo dentro das pedras, confundindo-se com elas, movendo-as, dão-lhes a condição de objetos mágicos." Para obter diretamente a explicação de como esta energia pétrea foi usada para movimentar os gigantes da Ilha da Páscoa pode-se ler o outro livro do Prof. Molinero: O Mistério das Estátuas Tombadas". Mas houve tentativas de explicações ainda mais bizarras: O psicólogo Werner Wolff chegou a propor em seu livro "Island of Death" (Hacker Art Books, N.Y., 1948), que as estátuas teriam sido confeccionadas no interior do vulcão existente na ilha, aonde permaneceram até serem lançadas ao ar por uma erupção, caindo exatamente sob os pedestais onde jazem hoje (!). Para dizer o mínimo sob esta teoria, o vulcão de Rapa Nui já estava extinto muitos milhares de anos antes da data atribuída às estátuas.
Considerando-se as alternativas até aqui podemos considerar um avanço as teorias do conhecido escritor Erich Von Däniken. Däniken já vendeu mais de 40 milhões de cópias do seu livro de 1968 "Eram os Deuses Astronautas?" e desinformou pelo menos 40 milhões de pessoas com sua tese de que grandes obras de antigas civilizações, incluindo a pirâmide de Queops e os moai da Ilha da Páscoa, teriam sido construídas com a OVNIs e moaisupervisão técnica de extraterrestres. Não cabe a este artigo discutir esta teoria dos deuses-astronautas, mas pelo menos no que diz respeito a Ilha da Páscoa, Däniken cometeu vários erros capitais: em seu livro "The Gold of Gods" ele diz que a ilha é composta de solo vulcânico estéril, sem vegetação nem árvores, e que as estátuas foram cortadas "como manteiga" à partir de pedras que não são encontradas na ilha. Claramente o sr. Däniken nunca pisou na Ilha da Páscoa antes de escrever seu livro senão teria constatado facilmente que nada disso é verdade: o solo da ilha é excelente para plantio, sabe-se mesmo que em tempos remotos havia abundante vegetação sobre a ilha; as pedras utilizadas na construção dos moai são sim, encontradas no vulcão da ilha, tanto é assim que no local de onde eram retiradas podem ser vistas centenas de estátuas inacabadas; e já foi provado que este material vulcânico é macio o bastante para ser trabalhado mesmo com ferramentas rudimentares. Com tantas inverdades impressas em milhões de livros Däniken é o grande responsável por propagar o "mistério" da Iha da Páscoa, mas não é o único. Celeste Korsholm (Jananda@sedona.net) que diz receber mensagens telepáticas do Conselho Interplanetário, segundo ela um conselho formado por representantes de cada um dos planetas do sistema solar (mais um representante para o cinturão de asteróides), também acredita que boa parte da mitologia das civilizações antigas, incluindo a dos habitantes da Ilha da Páscoa, são na verdade histórias de contatos imediatos com seres de outros planetas que têm nos visitado nos últimos 40000 anos.

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Felizmente todas estas teorias podem hoje ser arquivadas sob o rótulo de "mitos sem fundamento" (ou sob a letra "X" se os ufólogos preferirem?); já está definitivamente provado que para mover os moai, os antigos habitantes da Ilha de Páscoa não precisaram do domínio de poderes telepáticos, mágicos ou extraterrestres.
Desde dos anos 50 os cientistas tentam descobrir como os moai poderiam ser transportados utilizando apenas cordas, madeira e força muscular. Nem todas as tentativas foram bem sucedidas: algumas técnicas se revelaram adequadas apenas para as estátuas menores, outras danificavam demais a rocha macia da base das estátuas e outras só teriam sido possível em terrenos planos, o que não é sempre o caso em Rapa Nui. Mas em 1998, um grupo de pesquisadores, incluindo vários arqueólogos, um engenheiro mecânico, um arquiteto e cerca de 75 voluntários, transportou e ergueu a réplica de um moai de 10 toneladas utilizando apenas material disponível na ilha. A história completa, com fotos e vídeos mostrando a técnica utilizada, bem como as técnicas usadas sem sucesso no passado, podem ser vistas no site do programa de televisão que patrocionou a empreitada.
Logicamente o experimento conduzido pelo time de pesquisadores não prova que os antigos habitantes empregaram a mesma técnica, mas prova que os gigantes de pedra da Ilha da Páscoa não eram tão inertes quanto se pensava; eles podiam ser movidos sem mágica nem ajuda extraterrestre, simplesmente através do esforço coletivo de seu povo. Neste aspecto a experiência foi muito além de desvelar um antigo mistério e desmitificar mitos sem fundamento; ela deu o justo crédito a quem o merece: o povo de Rapa Nui.

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POR..Erisson Jacob

As profecias de fim de mundo têm sempre um atractivo especial. Bastante atractivas são também as histórias sobre conhecimentos ocultos detidos por civilizações antigas. Vem isto a propósito do documentário feito pelo History Channel sobre a Profecia Maia, e que já se encontra à venda para o público (assim como vários livros sobre o mesmo assunto). O documentário pareceu-me bastante interessante e apelativo.

* Estudante de doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas em Austin nos EUA

Basicamente a ideia é que os Maias, que tinham um calendário mais preciso, mais complexo e muito mais holístico que o nosso, previram vários acontecimentos que entretanto se passaram, como a chegada do homem branco – Hernan Cortez – a 8 de Novembro de 1519. Este calendário Maia prevê que algo de muito grave se passará no solestício de Inverno, 21 de Dezembro, de 2012. Tão grave será o acontecimento, que o mundo tal como o conhecemos desaparecerá. Isto não quer dizer que o mundo acabará, quer simplesmente dizer que um grande acontecimento transformará o mundo.
Ora, sabe-se actualmente que nesta data durante o solestício a Terra estará alinhada com o Sol e com o centro da nossa galáxia, Via Láctea. Sabe-se que no centro da Galáxia existe um buraco negro supermassivo. Baseados em Einstein e em alguma informação astronómica, há quem diga que o alinhamento com este buraco negro supermassivo levará a uma mudança do campo magnético terrestre, que acontece periodicamente. Isto levará a tsunamis, vulcões, terramotos, etc.
Outras Profecias
Curioso no documentário foi eles relacionarem com outras profecias. Por exemplo, o muito antigo I Ching é um livro Chinês sobre concepções do mundo e filosofias de vida, que contém algumas previsões se utilizarmos a teoria “Time Wave Zero”. Usando esta técnica vê-se que o livro Chinês prevê que o mundo irá acabar a 21 de Dezembro de 2012.
Ligaram também a Merlin, o mágico da corte do Rei Artur. Pelos vistos estes profetas medievais (existiam vários Merlin), previram Napoleão, Hitler, o nome da primeira colónia na América, etc. Previram também que neste século irá haver um ataque nuclear terrorista no Reino Unido que matará centenas de milhares de pessoas, que o aquecimento global será demasiado evidente e que… irá haver uma mudança do campo magnético terrestre que levará a um desastre global.
Outra pessoa mencionada foi Sibyl, uma profeta/oráculo em Roma – tal como a de Delphi na Grécia. Ela também previu correctamente vários acontecimentos, entre os quais o fim do mundo para mais ou menos a mesma data que os anteriores.
Discutiram também um projecto chamado de webbot que faz previsões a partir daquilo que vai aparecendo pela web. Supostamente previram os acontecimentos de 11 de Setembro em Junho de 2001. Este projecto prevê um acontecimento global para 2012.
Tudo isto dá que pensar que são muitas previsões coincidentes, sendo a Maia a mais relevante.
Análise Crítica
O documentário fala de outros “profetas”: "Mother Shipton", Bíblia, Nativos Americanos, e muitos outros…. em que todos eles prevêem o fim do mundo. Mas isto é normal. Toda a gente prevê más notícias – é este tipo de notícias que vende – o medo vende. Nenhum destes outros casos previu o final do mundo para 2012, mas o documentário tentou pôr tudo no mesmo saco, enganando os espectadores. Estranho é que não tenham referido a previsão feita pelos criadores da série Ficheiros Secretos que no episódio “A Verdade” apontaram para 22 de Dezembro de 2012 como o dia da invasão dos extraterrestres!
Podem ver críticas ao documentário aqui:
http://skeptico.blogs.com/skeptico/2006/08/2012_mayan_prop.html
http://alignment2012.com/historychannel.html
Em termos das previsões "acertadas", lembremo-nos que as previsões são sempre bastante vagas e muitas interpretações cabem lá dentro; cabendo sempre as interpretações que nós queremos dar… após os acontecimentos. Por outro lado, a estatística explica bastante bem as previsões que até possam ter sido específicas e acertaram. Todos os dias no mundo há imensas previsões feitas e estatisticamente falando algumas têm que ser acertadas! Dar relevância às que pensamos ser certas, não percebendo que existem muitas mais que são erradas é um erro muito comum em estatística.
Em termos históricos, basta lermos alguns livros para percebemos que em todas as eras existiram pessoas a prever que o fim estava perto. Sempre foi assim e sempre será, porque isso é que fará do nosso tempo o mais importante para viver. É uma mentalidade temporalcêntrica. E é bom relembrar que todas essas pessoas, sem excepção, estavam enganadas.
Geocentrismo Temporal
Em termos astronómicos, somos um simples ponto num universo gigantesco. Imaginar que temos qualquer relevância em termos espaciais ou temporais é antropocentrismo no seu pior – quando na Ficção Científica lemos ou vemos que extraterrestres vêm à Terra para mudar o curso da nossa história e do resto do universo temos que ver isto somente como uma forma de entretenimento. É um Geocentrismo temporal – continuamos a pensar que somos especiais no Universo, neste caso em termos de tempo. O mesmo se passa nestas previsões.
É interessante ver que as previsões são só sobre o que se passa numa parte de um minúsculo ponto do espaço – Terra; na Ficção Científica quando se viaja no Tempo é dado a entender que não viajamos no espaço e as pessoas aparecem no mesmo sítio mas em tempos diferentes. Ambas as situações estão erradas porque se baseiam na premissa que as viagens no espaço estão estagnadas. Mas o que se passa de facto é que a Terra roda em torno de si própria, a Terra viaja pelo espaço ao redor do Sol, o Sol viaja à volta da Via Láctea, a Via Láctea por seu turno também se movimenta em direcção a outras galáxias no nosso Grupo Local, o Grupo Local também viaja…. e assim sucessivamente.

Nada está parado no espaço. Se eu viajar no tempo 1 dia que seja, e esperar não sair deste ponto, então já não me vou encontrar nesta sala, mas sim algures a flutuar no espaço! O tempo e o espaço estão interligados – quem diz que consegue ver o futuro, está não só a afirmar isso mesmo, mas está incrivelmente também a dizer que consegue ver os eventos que acontecerão num pontinho irrelevante do espaço que se encontra a muitos milhões de quilómetros de distância (no ponto do espaço onde a Terra estará no futuro).

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confira o calendario para 2012:.

 

Janeiro
Fevereiro
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Outubro
Novembro
Dezembro

EM 2013 EU VOLTO PRA DIZER OQUE ACONTECEU, RSRSRSRS

POR: Erisson Jacob

para quem pensa que só nos estados unidos há relatos sobre o aparecimento de ovnis, esta muito enganado olha essa matéria sobre o aparecimento de ovnis, aqui no brasil…a quase 30 anos atras sendo exibida pela rede globo (programa fantastico)

noite de 19 de maio 1986
O conjunto de incidentes do tipo avistamento registrado em 19 de maio de 1986 é um dos mais conhecidos do repertório da ufologia brasileira, por ter sido observado e comentado oficialmente pelas Forças Armadas.
Na ocasião, os avistamentos foram tantos que as autoridades da Aeronáutica chegaram a afirmar que o espaço aéreo brasileiro havia sido invadido por vinte e um objetos de origem desconhecida, os quais:

  • foram detectados pelos radares
  • foram acompanhados por aviões a jato
  • comprovadamente se movimentavam em altas velocidades e acelerações, passando de 250 a 1.500 km/h em fração de segundo, sem causar o estrondo característico,
  • mudavam de cor e de trajetória – “subiam, desciam, faziam curvas em ângulos retos (90°) em altíssimas velocidades, sem deixar rastros como as aeronaves convencionais, sumiam instantaneamente do radar e apareciam, aos olhos do observador, em outro lugar”, nas palavras de um dos sargentos encarregados do controle de tráfego aéreo naquela noite,
  • acompanharam o vôo de diversos aviões,
  • causaram a interrupção do tráfego aéreo em várias áreas,
  • saturaram os radares,
  • causaram interferências nos equipamentos de aeronaves civis e militares.

A seqüência oficial dos fatos – a partir da “Área 51 Brasileira”
Nas horas finais da tarde, Douglas Avedikian, controlador de vôo do CINDACTA em Brasília, recebeu o comunicado de um avião Bandeirantes que questionava à Central de Controle do Trafego Aéreo se havia alguma outra aeronave voando em suas redondezas. A resposta foi negativa. Pouco depois, era ouvida a voz do piloto em pânico relatando que várias luzes passavam bem em sua frente.
Logo em seguida, o piloto de um avião da Transbrasil que naquele momento sobrevoava a cidade de Araxá-MG, afirmou estar em contato visual com várias luzes. A partir desse momento, o Cindacta passou a receber vários telefonemas das torres de controle do interior paulista (incluindo Pirassununga, Ribeirão Preto e São José dos Campos). Não havia dúvidas e a FAB iniciou seus protocolos de prontidão especial.
O primeiro contato oficialmente registrado naquele 19 de maio ocorreu visualmente no início da noite, a partir da torre de controle do aeroporto de São José dos Campos. A partir daí foi seguido o protocolo operacional normal no caso de avistamento de objetos não previstos pelo controle de tráfego aéreo, com solicitação de observação a partir de uma aeronave militar que já se encontrava em vôo na região – casualmente, levando a bordo o Coronel Ozires Silva, que pouco antes havia deixado a presidência da Embraer. O comandante da aeronave, Alcir Pereira da Silva, e o coronel Ozires confirmaram ver também objetos luminosos. Mais tarde, Ozires Silva declarou:

Quando nos aproximávamos de São José dos Campos, a bordo do avião Xingu PT-MBZ, Brasília pediu para observarmos alguns pontos que estavam sendo detectados pelo radar, e que não estavam registrados como vôos regulares dentro daquela área. Na altura de 600 metros, vimos pontos luminosos, de cor laranja-vermelhado, com brilho muito intenso. Tentamos nos aproximar das luzes, mas desistimos. As luzes apagavam e acendiam em lugares diferentes (10 a 15 segundos). Observamos variações muito rápidas de velocidade.
As luzes tinham presenças reais, eram alvos primários no radar, alvos positivos, uma coisa concreta. Se não fosse detectado pelos radares, eu não teria falado nada. (…) Está registrado em fitas pelo radar.

De forma independente, mas simultânea, às 21:14 o controle de radar de São Paulo percebeu contatos não identificados no radar, e também seguiu o procedimento usual, informando ao CINDACTA de Brasília, que às 21:20 confirmou também estar captando os sinais no radar.
Com a confirmação independente por 3 bases, sendo uma delas inclusive via contato visual, o protocolo exigia medidas imediatas, e o primeiro jato F-5E de prontidão, pilotado pelo tenente Kleber Caldas Marinho decola às 21:23 da Base Aérea de Santa Cruz-RJ, rumo a São José dos Campos. Às 22:45, o radar local da base aérea de Anápolis-GO detecta os sinais, e um Mirage (que havia sido ativado após as primeiras comunicações, na hora anterior) decola, pilotado pelo capitão Armindo Souza Viriato de Freitas, e seguido por outro F-5E pilotado pelo cap. Márcio Brisola Jordão.

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1º AVISTAMENTO

Somente às 23:15 o primeiro avistamento foi reportado pelas aeronaves de intercepção. O tenente Kleber identifica as “bolas de luz” e entra em protocolo de perseguição, ao mesmo tempo em que o segundo Mirage levanta vôo em Anápolis. Cinco minutos após o contato visual, o tenente Kleber identifica pela primeira vez a presença de seus contatos também no radar de bordo – que pode ser aferido posteriormente pela caixa preta, afastando assim as hipóteses posteriores de alucinações ou ilusões de ótica. Às 23:36, o terceiro Mirage decola de Anápolis.
Seguiram-se as manobras descritas acima, que chegaram a envolver até 13 “pontos luminosos” simultâneos, às vezes em manobras evasivas e outras vezes perseguindo as aeronaves da FAB. Esta informação não constou dos relatos oficiais, mas foi confirmada posteriormente: em um momento em que o F-5E era seguido por treze “pontos”, o piloto fez um looping para ficar de frente com tais objetos, o que não foi possível pois os objetos também fizeram o looping com o avião. Comentou-se também que um dos objetos veio em alta velocidade e, de repente, fixou-se bem à frente do avião, em rota iminente de colisão, saindo em seguida, a toda velocidade, deixando o piloto totalmente apavorado.
Tendo em vista o número de estados em que houve avistamentos e o número de pessoas envolvidas, uma situação rara ocorreu: o Brigadeiro Otávio Júlio Moreira Lima, então Ministro da Aeronáutica, fez um pronunciamento público sobre o assunto:

Entre 20:00 horas (19/05) e 01:00 hora (20/05) pelo menos 21 objetos foram detectados pelos radares brasileiros. Saturaram os radares e interromperam o tráfego na área. Toda vez que os radares detectam objetos não-identificados os caças levantam vôo para identificação. Radar só detecta superfícies sólidas, objetos metálicos e nuvens (massas) pesadas. Não havia nuvens nem aeronaves convencionais na região. O céu estava limpo. Radar não tem ilusão de ótica. Só podemos dar explicações técnicas, e não as temos. Seria muito difícil para nós falarmos sobre a hipótese de que esses objetos seriam de origem extraterrestre. A hipótese de uma guerra eletrônica é muito remota, e não é o caso aqui no Brasil. É fantástico. Os sinais nos radares eram bem claros.

Em seguida o major aviador Ney Antônio Cerqueira (chefe do Centro de Operação da Defesa Aérea – CODA) declarou: “Não temos condições técnicas operacionais para explicar. O aparecimento desses objetos nas telas dos radares é inexplicável… As fitas com as comunicações entre pilotos e controladores das áreas de Brasília, São Paulo e Anápolis e os relatórios dos pilotos dos F-5E e dos Mirages serão estudados para posteriores conclusões.”
Ainda assim, mesmo com pronunciamento do ministro e promessa de estudod aprofundados, a doutrina oficial exigiu a tradicional mudança de discurso, e já no dia seguinte o comandante do IV COMAR dizia à imprensa: “Pode ser que se explique por uma disfunção eletrônica dos radares, há muitos anos esses casos vêm sendo registrados.” E logo surgiram astrônomos e físicos com a desinformação oficial: meteoros, planetas, reflexos, etc. Os estudos posteriores jamais foram divulgados ao público.
O que jamais veio a público: OVNIs no Brasil
Ainda na madrugada de 20 de maio, os registros em videotape, as fitas originais dos radares de vôo e de solo, e as gravações de rádio das torres e aeronaves envolvidas foram recolhidas em uma sala colocada sob vigilância contínua na base de Anápolis. Uma equipe formada integralmente por militares da ativa (da aeronáutica e do exército) foi formada e recebeu ordens de deslocamento imediato. Como se tratavam essencialmente de oficiais engenheiros ou com formação tecnológica, muitos integrantes de equipes técnicas da EMBRAER e muitos alunos do ITA e do IME nas semanas seguintes receberam desculpas variadas sobre a ausência prolongada de seus instrutores e supervisores.

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TENTATIVAS DE ACOBERTABENTO:

Um major aviador da aeronáutica, na época aluno do ITA e hoje membro do WMBI em São José dos Campos, recorda que nos primeiros dias as informações oficiais eram de que diversos instrutores estavam com as mais variadas doenças – de cálculo renal a infecção alimentar. Na segunda semana, todas as desculpas foram unificadas: “razões pessoais”. E alguns dias depois adotou-se o discurso de “missão classificada”. Os instrutores foram substituídos até o final das cadeiras, e só retornaram no ano seguinte.
Naturalmente recolher os registros necessários para as análises não era suficiente para garantir o acobertamento, e durante todo o dia 21 de maio os CINDACTAs e demais centros de controle de tráfego copiaram suas fitas dos 2 dias anteriores, suprimindo das cópias os trechos “quentes”, e enviaram os originais também para Anápolis, a “área 51 brasileira”. Não era necessário alertar os pilotos civis para guardarem discrição sobre o que haviam presenciado, pois todos sabem das conseqüências pessoais e profissionais que se seguem a quem quebra o “código de silêncio” sobre estes assuntos; ainda assim, as direções de todas as companhias aéreas cujos pilotos haviam relatado contatos não identificados no dia anterior foram discretamente avisadas da importância de um comportamento mais discreto que o usual.
O “debriefing” dos pilotos militares e pessoal de terra, bem como a análise das gravações, iniciou já no dia 20, com as técnicas usuais de entrevista individual, registro, comparação cruzada e nova entrevista em grupos. As imagens e gravações não eram conclusivas, pois foram captadas por aparelhagem desenvolvida para registrar tráfego de aeronaves comuns. Ainda assim, já nas primeiras 2 semanas foi possível determinar de forma conclusiva alguns fatos, entre eles:

  • Pelo menos 21 objetos diferentes foram captados.
  • Eles se deslocaram comprovadamente sobre o espaço aéreo do Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Nenhum objeto foi detectado sobre o Distrito Federal.
  • O primeiro registro em radar ocorreu às 19:54, e não foi percebido pelos operadores do CINDACTA. O último registro ocorreu às 4:20 da madrugada do dia 20, sobre o oceano Atlântico no litoral paulista.
  • Foram detectadas anomalias magnéticas e sismográficas em todos os estados afetados.
  • Houve avistamento por civis em Terra registrados em todos os estados.
  • A velocidade máxima dos objetos não pôde ser medida. Comparando os depoimentos dos pilotos com os registros dos radares, percebeu-se que nos momentos em que os radares registram desaparecimento súbito do objeto, os pilotos relatam afastamento a velocidades extremamente altas.
  • Os objetos em alguns momentos voam em formação, e em outros voam de forma completamente independente. Foram identificados padrões de formação complexos, com alternância de posições entre os integrantes da “esquadrilha”.
  • Registros visuais e de radar confirmam manobras de alta velocidade impossíveis para aeronaves terrestres conhecidas. As manobras incluem inversão súbita de sentido (equivalente a uma mudança de 180 graus no sentido – como uma “marcha a ré” em pleno vôo), variações súbitas de 90 graus na direção e vôo estacionário.
  • Segundo o radar de solo, um dos objetos emparelhou com um dos Mirages durante mais de 4 minutos, à mesma altitude e distância lateral de menos de 50 metros. O piloto nada percebeu.
  • Ao término de suas atividades, 14 dos objetos se afastaram em formação de baixa velocidade sobre o oceano Atlântico, sendo acompanhados até o limite de 200 milhas por uma das aeronaves da FAB. Os demais pontos se uniram em um só, que passou a evoluir em padrão triangular sobre a chapada Diamantina por cerca de 10 minutos, desaparecendo subitamente do radar no momento em que foi dada a ordem para decolagem de um Mirage adicional para persegui-los.
  • Relatos sobre a conformação dos objetos são conflitantes, variando de formatos triangulares a discóides, completamente metálicos ou com janelas aparentes, e um dos pilotos declarou que o ponto perseguido por ele era imaterial, sendo constituído puramente de energia luminosa.

Os pilotos e pessoal de terra receberam cada um as instruções de quanto poderiam revelar e que detalhes deveriam ser confirmados “em off” de forma a não comprometer o acobertamento, gerando no público a informação de que se sabia muito menos do que realmente foi apurado.
Subitamente, no início da terceira semana de junho, um grupo de “consultores” norte-americanos foi incorporado à equipe, e iniciou suas próprias atividades copiando todos os registros e refutando as conclusões já existentes naquele momento. O major aviador da FAB que comandava a equipe viu-se na situação de não poder dar ordens diretamente a um dos membros da equipe norte-americana – um dos “coronéis instantâneos” da CIA – e solicitou providências a seu comando. E as providências não tardaram: ele foi promovido e imediatamente transferido para uma função administrativa no Rio de Janeiro. Ao tentar contatos extra-oficiais com outros membros de sua equipe técnica em Anápolis nas semanas seguintes, descobriu que todos os oficiais integrantes haviam sido promovidos e transferidos, exceto no caso dos oficiais instrutores, que haviam sido promovidos e colocados em lotações temporárias em diversas bases aéreas separadas, até o início do próximo período letivo em suas lotações permanentes. Ou seja: a equipe foi desmantelada, e nenhum dos integrantes originais foi mantido em contato com os demais. Nada de incomum – de fato, procedimento padrão. E nosso recém-promovido Tenente-Coronel aviador da FAB sabia que não devia continuar fazendo perguntas.
Anos depois, sua carreira o levou novamente a um posto em Anápolis, com acesso aos registros oficiais da base. Quando teve oportunidade, procurou pelos arquivos relativos a aquelas semanas de 1986. E o que ele encontrou? Registros do rancho, deslocamento de oficiais, sua própria transferência para o Rio de Janeiro logo após a chegada de um grupo de “oficiais visitantes” dos EUA, e nada mais. Como esperado, os registros desapareceram em pleno ar, e hoje devem residir em alguma área secreta no deserto de Nevada, junto com tantos outros.
E como eu disponho de todas estas informações? Muito simples: aquele oficial logo depois foi afastado e removido compulsoriamente para a reserva da Aeronáutica sem chance de completar uma carreira sem nenhuma mácula, sem receber nenhuma explicação ou mesmo uma oportunidade de fazer perguntas. Logo em seguida passou a integrar os quadros do WMBI, lutando para que informações como estas não se percam. E hoje assina este artigo, compartilhando com todo o público as suas memórias sobre o maior evento ufológico registrado no Brasil.

POR: Erisson Jacob

Roswell

A maior conspiração da história ou uma pequena conspiração somada a muita imaginação?

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Introdução:

Roswell é certamente o nome mais famoso da ufologia mundial. Referências à suposta queda de um disco voador próximo a esta pequena cidade americana, em 1947, são encontradas até hoje em filmes (como "Independence Day"), séries de TV (Arquivo-X, Taken e, é claro, Roswell, entre outras), livros, sites da internet e assim por diante. A cidade de Roswell virou uma espécie de "Meca" ufológica e tem nesse incidente uma considerável fonte de renda. Mas até hoje, mais de cinqüenta anos depois do acidente, a controvérsia permanece: mito ou a mais bem guardada conspiração da história?

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O incidente:

Em 14 de junho de 1947, um fazendeiro chamado Mac Brazel encontrou um conjunto de destroços incomuns em sua propriedade, próxima à cidade de Roswell, no estado americano do Novo México. A princípio, Brazel não lhes deu importância, já que estava acostumado a encontrar restos de balões meteorológicos. Dez dias depois, porém, o piloto Kenneth Arnold relatou o primeiro encontro com discos voadores da história. Enquanto sobrevoava os estados do Oregon e Washington, Arnold avistou o que seriam aeronaves voando em formação e descreveu seu movimento como o de pedras ou discos deslizando na superfície de um lago. A cobertura da imprensa logo cunhou o termo "disco voador", dando início a uma paranóia nacional, que resultou em quase mil relatos de avistamentos de discos voadores nas semanas seguintes.
Ao ir até a cidade e ficar sabendo dos "discos voadores", Brazel decidiu reexaminar o que tinha encontrado semanas atrás. Brazel julgou que o material prateado dos destroços tinha uma aparência muito futurística para ser um simples balão meteorológico e avisou o xerife da cidade. O xerife, por sua vez, entrou em contato com a base aérea do Exército em Roswell (sede do 509th Bomb Group – a unidade que havia sido criada especialmente para o bombardeio nuclear do Japão ao final da Segunda Guerra Mundial), que enviou dois oficiais de inteligência, o Major Jesse Marcel e o Capitão Sheridan Cavitt.
MancheteO Major Marcel recolheu o material e o transportou para a base de Fort Worth, para uma análise mais detalhada. Enquanto isso, no dia 8 de julho, a base de Roswell (comandada pelo Coronel William Blanchard) divulgou uma nota oficial informando que havia tomado posse dos destroços de um disco voador, o que imediatamente motivou umamanchete no jornal local, o Roswell Daily Record, – "RAAF [Roswell Army Air Field] captura disco voador em rancho na região de Roswell". A notícia também relatava que um casal da região havia avistado o que pensava ser um disco voador alguns dias antes.
Marcel e os destroçosEnquanto isso, na base de Fort Worth, os destroços foram rapidamente identificados como papel alumínio, elásticos de borracha, fita adesiva e compensado – os restos de um dispositivo empregado em balão meteorológico. O General Roger Ramey, comandante da 8a. Força Aérea (a quem a base de Roswell era subordinada) chamou a imprensa e apresentou suas conclusões, permitindo que parte do material fosse fotografada com o Major Marcel. A foto de Marcel com o material apareceu nos jornais do dia seguinte, junto com a notícia de sua identificação
Mas a história original já havia corrido o resto do país (e até outros países), antes que a notícia da identificação fosse publicada. O escritório do xerife, a base de Roswell e o jornal local foram inundados de ligações, em busca de notícias sobre o disco voador. Eventualmente, o desmentido teve efeito, fazendo com que a história sumisse dos jornais (apesar de Brazelainda defender que o que havia encontrado não podia ser um balão meteorológico). Ao final do ano, o incidente de Roswell havia sido esquecido e ficaria registrado apenas como um fiasco de relações públicas do Exército americano e uma nota de rodapé na história da ufologia. Até o ano de 1978…

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O renascimento:

 

 

Em 1978, Stanton Friedman, um físico nuclear convertido em pesquisador e escritor de livros sobre UFOs, teve contato com Jesse Marcel (que havia deixado o exército e trabalhava consertando televisões). Marcel, que, como Brazel, não acreditava que os destroços encontrados eram de um balão, relatou a sua versão da história.
Inicialmente, as informações de Marcel eram escassas demais para que Friedman as investigasse (Marcel não lembrava mais em que ano o incidente havia ocorrido). Mas aos poucos Friedman e outros pesquisadores foram obtendo mais informações e descobrindo outras testemunhas. Enquanto isso, Friedman conseguiu que uma entrevista com Marcel fosse publicada no tablóide National Enquirer, onde Marcel afirmava que nunca tinha visto nada como o material encontrado em Roswell, que teria origem extraterrestre. Assim o assunto Roswell voltou às manchetes e Marcel virou uma celebridade no mundo da ufologia.
Eventualmente, baseando-se principalmente em relatos de diversas testemunhas que foram sendo descobertas a partir da volta de Roswell às manchetes, pesquisadores publicaram os primeiros livros defendendo a tese de que os destroços de Roswell eram de uma nave alienígena, com destaque para "The Roswell Incident", de Charles Berlitz e William Moore; "UFO crash at Roswell" e "The truth about the UFO crash at Roswell", de Kevin Randle e Donald Schmitt e "Crash at Corona", de Stanton Friedman.
Ainda que divergissem em seus detalhes, as teorias apresentadas nestes livros tinham a mesma linha básica. Os destroços encontrados em Roswell seriam de uma nave alienígena que, por algum motivo desconhecido, teria se acidentado. Ao identificarem os destroços, os militares americanos teriam iniciado uma campanha de desinformação para acobertar a verdadeira origem do material, apresentando a versão oficial de que seriam restos de um balão meteorológico. Na verdade, o material teria sido encaminhado para análise em instalações secretas de pesquisa e todas as informações relacionadas teriam sido objeto de uma conspiração governamental para esconder a verdade do público.
Variações encontradas nas teorias incluem o número de locais onde teriam sido encontrados destroços (bem como suas localizações), o número de naves que teriam se acidentado, a quantidade de destroços encontrados, a existência ou não de corpos de alienígenas (e seu número) e a descrição dos materiais.
Gen.RameyStanton Friedman publicou mais tarde, no livro"Top Secret/Majic", o que seriam evidências documentais da existência de um grupo governamental clandestino dedicado exclusivamente a acobertar o incidente de Roswell. Este grupo, constituído por doze pessoas e chamado de Majestic-12, coordenaria todos os estudos secretos sobre os destroços e os corpos de alienígenas recuperados.
Outra suposta evidência documental de que os destroços encontrados em Roswell eram mesmo de uma nave alienígena estaria nesta foto, do General Ramsey e um de seus oficiais junto com os destroços. Na foto, o General segura um documento, no qual poderia ser lidoas frases "vítimas dos destroços" e "no disco". Uma imagem da ampliação pode ser vista aqui.

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Os personagens:

As teorias alienígenas de Roswell se baseiam quase que exclusivamente no depoimento de testemunhas civis e militares. O conteúdo destes depoimentos é vasto demais para ser incluído aqui. Versões resumidas e/ou comentadas podem ser encontradas (em inglês) aqui, aqui e aqui. Estas testemunhas incluem:
Mac Brazel – o fazendeiro que encontrou os destroços.
William Brazel Jr – filho de Mac Brazel; teve contato com o material encontrado e relatou suas propriedades.
"[Uma das peças parecia] algo como uma folha metálica, exceto que não rasgava? Você podia amassá-la e ao largá-la ela imediatamente voltava à forma original? Quase como um plástico, mas definitivamente metálico. Meu pai falou que o Exército havia lhe dito que não era nada produzido por nós."
Bessie Brazel – filha de Mac Brazel; teve contato com o material encontrado e relatou suas propriedades.
"[O material parecia] um tipo de papel de alumínio. Algumas peças tinham um tipo de fita grudada. Apesar de parecer uma fita, não podia ser descolada ou removida. Algumas peças tinham algo como números e letras, mas não tinham nenhuma palavra que pudéssemos reconhecer".
Loretta e Floyd Proctor, Marian Strickland – vizinhos de Mac Brazel que teriam visto o material encontrado e atestado suas propriedades inexplicáveis e/ou confirmado que Brazel havia sido ameaçado pelos militares para não comentar o incidente.
[Loretta]:"O pedaço que [Mac] trouxe parecia um tipo de plástico marrom claro. Era muito leve, como compensado… Tentamos cortá-lo e ao aproximar um fósforo ele não queimava. Sabíamos que não era madeira. Era liso como plástico? Eu nunca tinha visto algo parecido".
Glenn Dennis – dono da funerária de Roswell, que teria obtido informações, de uma enfermeira do hospital da base de Roswell, sobre corpos de alienígenas encontrados junto aos destroços.
"Ela disse que eram três corpos pequenos. Dois deles estavam destruídos, mas havia um que estava em boas condições. E ela disse «vou lhe mostrar a diferença entre a nossa anatomia e a deles. Na verdade, eles pareciam antigos chineses – pequenos, frágeis e sem cabelo«."
Barbara Dugger – neta do xerife George Wilcox, a quem Brazel comunicou o incidente. Disse que o avô teria sido ameaçado pelo Exército, para manter a história secreta.
"[Minha avó disse]: Não conte a ninguém. Quando o incidente ocorreu, os militares vieram à delegacia e disseram a George que se contássemos qualquer coisa sobre o incidente, não apenas nós, mas toda a nossa família seria morta…[George] nunca mais quis ser xerife de novo".
Frank Joyce e Lydia Sleppy – funcionários de uma estação de rádio de Roswell (KGFL). Lydia teria começado a transmitir uma reportagem sobre o incidente quando foi interrompida pelo FBI. Frank recebeu a primeira nota para imprensa da base de Roswell e teria sido posteriormente ameaçado por militares.
[Frank]:"O telefone tocou e a pessoa se identificou como sendo do Pentágono… e disse coisas bens ruins sobre o que aconteceria comigo. Finalmente… eu disse: «Olha, você está falando de uma nota de imprensa do próprio U.S. Army Air Corps.«…Ele bateu o telefone."
[Lydia]:"Quando tínhamos algo importante, transmitíamos por telex e era eu que digitava… Eu havia digitado o suficiente para ver que era uma história bem importante quando tocou o sinal [de interrupção]. Veio a mensagem: «Aqui é o FBI, parem a transmissão«."
Walt Whitmore Jr. – filho do dono da estação KGFL. Descreveu os destroços sem informar como os teria visto.
"[O material era] como uma folha metálica mas não podia ser rasgada ou cortada. Extramamente leve. Algumas vigas que pareciam de madeira tinham algum tipo de inscrição."
Major Jesse Marcel – primeiro militar a chegar ao local e principal testemunha. Descreveu os destroços como à prova de fogo, leves e extremamente resistentes.
"Havia fragmentos por toda a área, por volta de 3/4 de milha [1200 metros] de comprimento e algumas centenas de pés de largura…Tentei dobrar o material, mas ele não dobrava. Tentei queimá-lo, mas ele não queimava. O material não pesava nada. Era tão fino quanto o papel metálico de um maço de cigarros. Até tentamos marcá-lo com uma marreta e nada".
Jesse Marcel Jr. – filho do Major Marcel (tinha 11 anos na época); relatou a existência de hieróglifos nos destroços e foi o primeiro a citar peças estruturais em forma de I.
"O acidente e os destroços que eu vi deixaram uma marca em minha memória que nunca poderá ser esquecida… Os destroços eram provavelmente o que na época era chamado de disco voador que aparentemente tinha sido exigido além de sua capacidade de projeto… Meu pai disse que obviamente [a história do balão meteorológico] era uma história de cobertura, aquilo não era um balão meteorológico".
Coronel William Blanchard – comandante da base de Roswell.
Walter Haut – oficial de relações públicas da base de Roswell. Divulgou a primeira nota sobre os destroços.
Bill Rickett, Robert Porter, Robert Shirkey, Robert Slusher, Robert Smith – militares da base de Roswell que participaram do transporte do material sob circunstâncias "estranhas". Alguns relataram ver parte dos destroços.
[Porter]:"Nós transportamos os pedaços. [Alguns oficiais] nos disseram que eram partes de um disco voador. Os pacotes [com os pedaços] estavam embrulhados em papel.. era como se eu tivesse pego um pacote vazio, era muito leve. [Os pacotes] cabiam no porta-malas de um carro."
Pappy Henderson e Melvin Brown – militares da base de Roswell que morreram antes de serem entrevistados. Seus testemunhos foram obtidos através da entrevista de parentes e amigos. A filha de Melvin Brown, Beverly, relatou que o pai teria visto corpos de alienígenas sendo guardados na base.
[Beverly]:"[Meu pai disse] que um dia todos os homens disponíveis foram chamados para montar guarda onde um disco havia caído. Tudo estava sendo carregado em caminhões e ele não entendia por que alguns deles tinham gelo… Ele e um amigo tiveram que ir na traseira de um dos caminhões… e deram uma rápida olhada … e viram dois corpos, corpos de alienígenas."
J.B. Johnson – o fotógrafo que tirou as fotos dos destroços com o Major Marcel.
Gerald Anderson – teria encontrado, junto com seu irmão e seu tio, destroços (e corpos) na planície de San Augustin, a 120 milhas (aproximadamente 190 quilômetros) do rancho de Brazel.
Mesmo entre os vários pesquisadores que defendem a tese alienígena de Roswell, existem divergências quanto à validade de alguns relatos dessas testemunhas.
Glenn Dennis foi a primeira testemunha a mencionar corpos de alienígenas em associação ao incidente de Roswell, em uma entrevista a Stanton Friedman, em 1989. Segundo Dennis, uma enfermeira do hospital da base de Roswell lhe relatou ter participado da autópsia de três corpos de alienígenas, mas logo depois ela teria sido transferida para a Inglaterra. A entrevista de Dennis foi publicada pela primeira vez no livro de Randle e Schmitt ("UFO crash at Roswell"). Após muita insistência, os pesquisadores conseguiram que Dennis informasse o nome da enfermeira – Naomi Maria Self, mas investigações posteriores revelaram que nenhuma enfermeira com esse nome havia servido em Roswell ou em qualquer outra base do Exército. Dennis então admitiu ter informado um nome falso, mas recusou-se a relatar o verdadeiro nome da enfermeira. Atualmente, Kevin Randle considera Dennis a testemunha menos confiável de Roswell.
Outra testemunha controversa é Gerald Anderson. Pouco depois de seu primeiro contato com Jesse Marcel, Stanton Friedman foi abordado por um casal que lhe passou o relato de um amigo, Grady Barnett. Barnett teria encontrado destroços em um segundo local, perto da cidade de Socorro. Barney já havia morrido e o casal não sabia em que ano o fato havia ocorrido, mas eles garantiam que Barney era confiável. Friedman passou então a trabalhar com hipóteses envolvendo os dois locais – Roswell e Socorro. Após aparecer em um programa de TV, Friedman recebeu um telefonema de Gerald Anderson, que afirmava ter visto (junto com seu irmão e seu tio, Ted) destroços de uma nave e corpos de alienígenas na planície de San Augustin (próxima a Socorro). As peças pareciam se encaixar e Friedman defendeu em seu livro "Crash at Corona", a existência de dois locais com destroços de naves alienígenas. A história de Gerald Anderson (que tinha cinco anos em 1947) era confirmada pelo diário de seu tio Ted, mas Kevin Randle (que não havia sido convencido por Anderson) contratou um perito para analisar o diário, descobrindo que o papel era realmente de 1947, mas a tinta com a qual as anotações haviam sido escritas só havia aparecido no mercado em 1974.

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Autópsias e Majestic-12

Além da controvérsia envolvendo o incidente original, o caso Roswell gerou outras polêmicas.
A existência de corpos alienígenas nos destroços sempre foi baseada apenas no relato de testemunhas, até o surgimento de um vídeo mostrando o que seria a autópsia de um dos corpos encontrados. O vídeo, apresentado em 1995 pelo produtor Ray Santilli, tem aproximadamente quinze minutos de duração e teria sido obtido diretamente do cameraman que filmou a autóspia em 1947. Estes quinze minutos de filme teriam sido guardados pelo cameraman, que teria entregado ao Exército apenas o restante do filme.
AutópsiaApós uma enorme publicidade inicial, inúmeras falhas e inconsistências no filme foram apontadas por vários pesquisadores. Atualmente, o filme é amplamente considerado uma encenação, inclusive por ufólogos. O filme completo tem uma versão comercial à venda (Alien Autopsy: Fact or Fiction), mas partes podem ser encontradas na internet, bem comodescrições das falhas encontradas. E quem melhor para reconhecer uma encenação do que um profissional da área? Em um artigo da revista Time, por exemplo, os especialistas em efeitos especiais para o cinema Steve Johnson (de "Roswell", "O segredo do abismo" e "A experiência") e Stan Winston ("Aliens" e "Jurassic Park") dão sua opinião: o filme é falso. Para quem quiser, dicas para montar e filmar um alienígena falso podem ser encontradas aqui.
Em 1984, os documentos conhecidos como Majestic-12 vieram à público pela primeira vez, quando fotos dos documentos teriam sido enviadas pelo correio para John Shandera. Shandera não tinha nenhum envolvimento com o movimento ufológico, mas era amigo de William Moore (aquele que escreveu "The Roswell Incident", junto com Charles Berlitz). Moore e Stanton Friedman divulgaram os documentos aproximadamente dois anos depois e eles apareceram com destaque em diversos livros, especialmente os escritos por Friedman.
Os documentos Majestic-12 eram um memorando de oito páginas para o Presidente Eisenhower, dando detalhes sobre um acidente com um UFO em Roswell, em 1947, e outro acidente em El Índio, Texas em 1950. Além disso, o documento listava membros de um grupo especial do governo (o Majestic-12 ou MJ-12) envolvido com os UFOs. Havia também um memorando anterior do Presidente Harry Truman para o Secretário de Defesa da época, autorizando a criação do MJ-12.
Cópias dos documentos, bem como documentos relativos a investigação interna do FBI que concluiu que os documentos eram falsos, podem ser vistas aqui. Ainda que muitos pesquisadores (especialmente Friedman) ainda defendam a autenticidade dos documentos, eles apresentam erros que indicam terem sido falsificados. Por exemplo, o posto do Almirante Roscoe H. Hillenkoetter (Diretor da CIA entre 1947 e 1950), que aparece no documento como oficial responsável pelo memorando, está errado. Na época, Hillenkoetter era "Rear Admiral" (equivalente ao Contra-Almirante na Marinha brasileira), dois postos abaixo de Almirante.
Além disso, o pesquisador Philip Klass descobriu que a assinatura do Presidente Truman no segundo memorando é rigorosamente igual à sua assinatura em outro memorando de data anterior, incluindo algumas marcas acidentais, indicando que a assinatura no documento do suposto Majestic-12 é, na verdade, uma fotocópia. Como esse memorando é citado várias vezes no documento supostamente elaborado pelo Almirante Hillenkoeter, isto reforça a tese de que ambos são falsos.
Outros documentos relacionados ao Majestic-12 surgiram posteriormente, mas de autenticidade igualmente contestada. Uma lista completa pode ser encontrada aqui, onde também é possível comprar cópias dos documentos e outros artigos relacionados

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A versão oficial:

Na década de 90, a Força Aérea americana realizou, a pedido do General Accounting Office (um órgão de auditoria do governo americano), uma investigação sobre o incidente de Roswell. As conclusões foram publicadas em dois relatórios que podem ser encontrados aqui. O primeiro relatório se concentra na origem dos destroços encontrados enquanto o segundo aborda os relatos de corpos de alienígenas.
Em relação aos destroços, a conclusão apresentada é que eles eram restos de um balão do chamado Projeto Mogul. O Projeto Mogul era um projeto secreto destinado a determinar em que situação estava o projeto soviético de armas nucleares (o primeiro teste nuclear soviético só aconteceria em 1949). A idéia era desenvolver um sistema que conseguisse detectar, à distância, um teste nuclear em território soviético (cujas fronteiras estavam fechadas). Para isso, detectores acústicos de baixa freqüência eram colocados em balões lançados a altas altitudes. Outros pesquisadores também chegaram, de forma independente, à relação entre Roswell e o Projeto Mogul – Robert Todd e Karl Pflock (autor de "Roswell: Inconvenient Facts and the Will to Believe").
Trem de		balões do Projeto MogulOs pesquisadores do Projeto Mogul ainda vivos por ocasião da investigação foram entrevistados, em especial o professor Charles B. Moore, que era o engenheiro-chefe do projeto. Inicialmente baseados na Universidade de Nova Iorque, os pesquisadores se mudaram para a base de Alamogordo, Novo México, de onde os balões eram lançados. Na verdade, o equipamento era carregado por um "trem" de balões – vários balões (inicialmente de neopreno e mais tarde de polietileno) conectados entre si. Também pendurado ao trem de balões ia um alvo de radar – uma estrutura multifacetada de compensado recoberto com papel alumínio – utilizada para rastrear os balões após o lançamento.
A partir dos registros ainda disponíveis sobre o projeto, concluiu-se que os destroços encontrados em Roswell seriam provavelmente do "vôo" número quatro,lançado em 4 de junho de 1947.
O segundo relatório da Força Aérea americana se concentra no problema dos corpos de alienígenas. Ao longo dos anos, várias testemunhas se apresentaram com relatos envolvendo corpos encontrados nos destroços, sendo transportados pelo Exército, sofrendo autópsias, etc. Mesmo entre os pesquisadores que defendem a teoria alienígena existem controvérsias sobre quais destas testemunhas são confiáveis, mas, de qualquer forma, a confirmação da existência de corpos de alienígenas tornaria supérfluo o debate sobre a natureza dos destroços.
As conclusões do relatório são:
Diversas atividades da Força Aérea, ocorridas ao longo de vários anos, foram misturadas pelas testemunhas, que as lembraram como tendo ocorrido em alguns poucos dias de 1947;
Os alienígenas "observados" no Novo México eram provavelmente bonecos de testes carregados por balões de pesquisa em alta altitude;
As atividades militares suspeitas observadas na área eram na verdade as operações de lançamento e recuperação dos balões e dos bonecos de testes;
Relatos envolvendo corpos de alienígenas no hospital da base de Roswell provavelmente se originaram da combinação de dois acidentes, cujos feridos foram transportados para Roswell: a queda de um avião KC-97 em 1956, onde 11 militares morreram e um incidente com um balão tripulado em 1959, onde dois pilotos ficaram feridos.
Boneco de testesAtualmente, bonecos de testes são amplamente conhecidos pelo público em geral (principalmente por causa de seu uso em testes de segurança de automóveis), mas na década de 50 eles eram desconhecidos fora dos círculos da pesquisa científica. Mas na década de 20, a Força Aérea americana já lançava esses bonecos de aviões como forma de testar modelos de pára-quedas. Na década de 40, eles foram usados para testar assentos de ejeção para caças (que haviam sido inventados pelos alemães). E na década de 50, eles estavam sendo lançados de balões a alta altitude como parte do desenvolvimento de cápsulas de escape para os futuros veículos espaciais.
Entre junho de 1954 e fevereiro de 1959, 67 bonecos foram lançados de balões na região do Novo México, sendo que a maioria caiu fora dos limites das bases militares. Em seqüência aos testes com bonecos, o capitão Joseph W. Kittinger, Jr.realizou, em 1960, o mais alto salto de pára-quedas da história, de um balão a 102.600 pés de altitude (aproximadamente 31.000 metros).
Boneco em saco pretoOs bonecos eram transportados em grandes caixas de madeira, semelhantes a caixões, para evitar danos os sensores montados em seu interior. Pelo mesmo motivo, quando retirados das caixas ou após recuperados no campo, os bonecos eram normalmente transportados dentro de sacos plásticos em macas. Em alguns lançamentos, os bonecos "vestiam" uma roupa de alumínio que protegia os sensores das baixas temperaturas encontradas a altas altitudes. Todos estes fatos, além de sua aparência, provavelmente contribuíram para sua identificação como corpos de alienígenas.
A hipótese de que os alienígenas avistados seriam na verdade bonecos é coerente com os relatos de várias testemunhas. John Ragsdale, por exemplo, quando entrevistado por Donald Schmitt disse "Eu tenho certeza que havia corpos… corpos ou bonecos". Vern Maltais (amigo de Grady Barnett) disse, relatando o que ouviu do amigo, "Suas cabeças eram lisas… sem sobrancelhas, sem pálpebras, sem cabelo." Gerald Anderson disse "Eu pensei que eles fossem bonecos de plástico…não achei que fossem de verdade".

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Conclusões

Toda a discussão sobre o que aconteceu em Roswell gira em torno de informações obtidas de testemunhas. Estas testemunhas guardaram suas histórias por mais de trinta anos, só aparecendo após o assunto receber destaque na imprensa e, em alguns casos, apenas repassavam relatos ouvidos de terceiros. O longo espaço de tempo entre o incidente e os relatos inevitavelmente diminui a sua exatidão e algumas testemunhas, como os filhos de Mac Brazel e do Major Jesse Marcel, eram crianças na época. Além disso, todas as testemunhas eram moradores de uma região rural dos Estados Unidos na década de 40, imersos na comoção generalizada causada pelo primeiro relato de um UFO. Obviamente, é preciso considerar esses relatos com bastante cuidado.
A única evidência material de autenticidade comprovada é o conjunto de fotos dos destroços com o Major Marcel, publicadas em 1947, que não mostram nada excepcional (por causa disso, alguns ufólogos defendem que o que aparece nas fotos não são os verdadeiros destroços).

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segue aqui o video da autopsia (vc decide fraude ou conspiração)

por: Erisson Jacob

O Triângulo das Bermudas

O Triângulo das Bermudas, ou Triângulo do Diabo, é uma região do oceano Atlântico na qual acredita-se que um grande número de aviões e navios tenha desaparecido em condições misteriosas. Os vértices deste triângulo costumam ser delimitados pela ilha de Bermuda, pela cidade de San Juan em Porto Rico e por Miami na Flórida, mas suas fronteiras são elásticas o suficiente para acomodar quaisquer desaparecimentos que aconteçam nas redondezas. Em outras palavras, de triângulo o Triângulo das Bermudas só tem o nome, assemelhando-se ora a um losango ora a uma elipse dependendo de quem faz a contagem.
As mais diversas teorias sobrenaturais já foram elaboradas para explicar os desaparecimentos na região: portais para outras dimensões, campos de energia provocados por antigos cristais do continente perdido da Atlântida abandonados no fundo do oceano, anomalias temporais, magnéticas ou gravitacionais, buracos negros, abduções alienígenas e monstros marinhos. Os cientistas contribuíram com algumas explicações naturais, mas um tanto insatisfatórias, como súbitas erupções gasosas submarinas e ondas gigantes.

Apesar de ter sido muito mais popular nos anos 70 do que na década atual, o mistério do Triângulo das Bermudas continua inquietando ufólogos de todo o mundo. Mas afinal, o que se sabe com certeza sobre o fenômeno do Triângulo das Bermudas? Será que a ciência tem uma boa explicação para os misteriosos desaparecimentos na região? E será que estes desaparecimentos foram de fato tão misteriosos assim?

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Construindo o Mistério

O Triângulo das Bermudas intriga os navegadores desde os tempos antigos. Cristóvão Colombo, quando atravessava a região em direção à América, relatou o avistamento de uma bola de fogo no céu que hoje supõe-se ter sido um meteorito. Colombo também foi um dos primeiros europeus a descrever sua passagem pelo temível Mar dos Sargaços.
O Mar dos Sargaços é uma região do Oceano Atlântico coberta por um manto de sargaços (uma espécie de alga) e foi durante muito tempo a verdadeira razão de tantos desaparecimentos no Triângulo das Bermudas. Suas longas calmarias com freqüência aprisionavam os navios à vela, levando os homens a abandonar seus navios ou morrer neles. Essa paisagem desolada de navios apodrecidos vagando à deriva com suas tripulações de cadáveres capturava a imaginação dos supersticiosos marinheiros, que denominavam a região de o "Cemitério do Atlântico".
Além de "Cemitério do Atlântico", o Triângulo das Bermudas era conhecido por "Mar do Demônio", "Mar dos Navios Perdidos", "Mar das Feiticeiras" e outras variações desses temas. O nome "Triângulo das Bermudas" só foi dado bem mais tarde pelo escritor de romances baratos Vincent Gaddis. O autor, que escrevia para o popular folhetim "Argosy" (considerada a mais antiga revista pulp americana), publicou em fevereiro de 1964 uma história chamada o "O Mortal Triângulo das Bermudas", que serviu como uma espécie de batismo para o mito. Mas foi outro escritor, Charles Berlitz, quem tornou o Triângulo das Bermudas tão popular.

Charles Berlitz (1914 – 2003) era neto do fundador das Escolas Berlitz de ensino de língua inglesa, mas tornou-se mais conhecido por seus livros abordando temas sobrenaturais como o incidente Roswell e o continente perdido da Atlântida. Seu livro "O Triângulo das Bermudas", publicado originalmente em 1974 (no Brasil foi editado pela Nova Fronteira), vendeu mais de 20 milhões de cópias e foi traduzido para mais de 30 idiomas. Nele Berlitz descrevia os misteriosos casos atribuídos ao Triângulo das Bermudas, entrelaçando-os a outros mistérios como a Atlântida, avançadas civilizações ancestrais, deuses astronautas, abduções alienígenas, criptozoologia, a Experiência Filadélfia (sobre o que trataria em outro livro de sucesso) etc. em um grande pout-pourrisobrenatural. Bem escrito e com estilo cativante, o livro de Berlitz embalou o mistério do Triângulo para o consumo das massas.
O Mistério do Vôo 19
Vôo 19 era o nome de um grupo de cinco caça-bombardeiros TBM Avenger da Marinha americana. O Vôo decolou de Fort Lauderdale no dia 15 de dezembro de 1945 e, após um bem sucedido exercício de treinamento, desapareceu sem deixar vestígios. Para tornar as coisas ainda mais misteriosas, um dos hidroaviões de resgate enviado algum tempo depois para procurar pelos caças também desapareceu.
O desparecimento do Vôo 19 desencadeou uma das maiores operações de resgate da história. Segundo Berlitz, mais de 240 aviões, navios da Marinha, barcos da guarda costeira, iates particulares e até submarinos esquadrinharam a região das Bermudas. Nada jamais foi encontrado. "Eles sumiram tão completamente como se tivessem voado para Marte…", haveria afirmado um dos membros da comissão que investigou o acidente.
Berlitz deu grande destaque ao caso em seu livro, enriquecendo a narrativa com histórias paralelas de pressentimentos, esquisitas coincidências e citações sensacionalistas, provavelmente retiradas dos tablóides da época. Havia, por exemplo, a mãe desconsolada de um dos pilotos desaparecidos que teria afirmado sobre seu filho: "sinto que ele ainda está vivo em algum lugar do espaço", e um certo Dr. Manson que tinha declarado ao jornal Miami News: "Eles ainda se encontram aqui, mas numa dimensão diferente, graças a um fenômeno magnético que pode ter sido criado por um OVNI". Com seu lugar garantido no folclore ufológico, o Vôo 19 recebeu destaque no filme "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" de Steven Spielberg. No filme os aviões são finalmente encontrados, mas no meio do deserto, e os pilotos libertados pelos alienígenas que os abduziram.


A ilustração mostra como o Vôo 19 ficou ligado ao folclóre ufológico.

Outros Casos
Pouco mais de dois anos depois, em 29 de janeiro de 1948, um antigo bombardeiro inglês, o Star Tiger, também desapareceu no interior do Triângulo das Bermudas. O Star Tiger rumava dos Açores para as Bermudas com 25 passageiros. A última notícia que se teve dele foi uma comunicação do piloto com a torre de controle informando que chegaria ao destino na hora prevista; nada indicava que alguma coisa pudesse estar errada. Depois disso o avião nunca mais foi visto. A comissão da Marinha que investigou o desaparecimento do Star Tiger foi incomumente eloqüente em seu relatório final, deixando abertas as portas para especulações sobrenaturais:

"Pode ser realmente dito que nenhum problema mais estranho jamais foi apresentado para investigação. Diante da completa ausência de qualquer evidência segura quanto à natureza ou quanto às causas do desastre com o Star Tiger, esta corte não foi capaz de mais nada a não ser sugerir possibilidades (…) O que aconteceu neste caso jamais será desvendado."

Curiosamente, quase exatamente um ano depois, outro avião igual, o Star Ariel, também desapareceu no Triângulo das Bermudas sem deixar vestígios. Assim como o Star Tiger, nada indicava em seu último contato com o solo que algo pudesse estar errado. Outro caso semelhante foi o do avião comercial DC-3 que fazia o trajeto entre San Juan e Miami. Depois de um contato normal com a torre de controle em Miami, a apenas 80 quilômetros de distância, o avião e seus passageiros nunca mais foram vistos.
Além de aviões, há inúmeros casos de navios que ou desapareceram completamente ou que, mais misteriosamente ainda, foram encontrados sem nenhuma viva alma à bordo. Um dos navios misteriosamente desaparecidos no Triângulo das Bermudas foi o USS Cyclops (figura) que nunca mais foi visto após zarpar do porto de Barbados retornando de uma viagem ao Rio de Janeiro em 1918, no meio da Primeira Guerra Mundial. Outro desaparecimento famoso foi o do S.S. Marine Sulphur Queen, um navio tanque carregado de enxofre que desapareceu apos seu último contato próximo de Key West em 3 de fevereiro de 1963.

Berlitz relata o caso de um navio brasileiro desaparecido no Triângulo das Bermudas: oSão Paulo, na verdade um navio destinado ao ferro-velho que estava sendo rebocado por dois navios rebocadores na proximidade dos Açores. Temendo ser afundado pela tempestade que se aproximava, um dos rebocadores soltou o cabo que o prendia ao São Paulo durante a noite. Na manhã do dia seguinte os marinheiros descobriram surpresos que o cabo do outro rebocador havia se rompido e que o São Paulo e sua tripulação de 8 pessoas tinham desaparecido sem deixar vestígios.
Em qualquer pesquisa que se faça sobre o Triângulo das Bermudas muito provavelmente se ouvirá falar à respeito do Mary Celeste, navio português encontrado em 1872 à deriva completamente abandonado, com suas velas içadas e seu carregamento de álcool, víveres e objetos pessoais intocados. O estranho caso do Mary Celeste é por si só um prato cheio para explicações sobrenaturais mas na verdade nada tem a ver com o Triângulo das Bermudas; o navio foi encontrado a milhares de quilômetros dali, na costa de Portugal.

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As Teorias

Do trivial ao estapafúrdio, diversas teorias já foram levantadas para explicar o mistério do Triângulo das Bermudas. Aqui vão algumas das mais recorrentes.
Atlântida
A crença em uma civilização ancestral avançada técnica e espiritualmente, destruída por um cataclisma de proporções bíblicas, povoa a imaginação dos escritores desde o tempo de Platão. O clarividente americano Edgar Cayce (1877 – 1945) tornou-se famoso ao prever que os restos da cidade da Atlântida seriam encontrados nas Bahamas. Em 1968, uma formação rochosa conhecida por Estrada de Bimini foi realmente descoberta na área das Bahamas, fazendo parecer que a previsão de Cayce havia se realizado. Há quem diga que a Estrada de Bimini seja apenas uma curiosa formação natural e há quem diga que são realmente as ruínas de uma civilização antiga, mas não há nenhuma evidência que as relacione a um lendário continente perdido.

Cayce postulava que os Atlantes obtinham sua energia a partir das emanações de um tipo de cristal (Cayce também dizia que Jesus teria sido um Atlante reencarnado). Alguns acreditam que a energia latente desses cristais, hoje perdidos no fundo do oceano, poderia interferir nos instrumentos de navios e aviões ou simplesmente destruir de vez qualquer veículo em sua proximidade. Considerando o intenso tráfego de navios e aviões apinhados de equipamentos eletrônicos na região do Triângulo das Bermudas, seria de se esperar que um material capaz de provocar distúrbios eletromagnéticos já tivesse sido encontrado.
Nuvens Magnéticas
No dia 4 de dezembro de 1970, Bruce Gernon voava com seu pai em uma avião bimotor sobre o Triângulo das Bermudas quando percebeu uma nuvem de formato peculiar sobre a costa de Miami. Ao se aproximar, a nuvem formou uma espécie de tubo em torno do avião, parecendo acompanhá-lo ao mesmo tempo que girava sobre si mesma. Os instrumentos de navegação ficaram imprestáveis e o avião sumiu por vários minutos do radar do controle de tráfego aéreo mais próximo. Alguns minutos depois, quando o avião finalmente emergiu da nuvem e reapareceu nos radares, Gernom descobriu que já se encontrava sobre a cidade de Miami, algo que teria sido impossível de acordo com o tempo decorrido em seu relógio. Gernom encontrou um monte de gente disposta a acreditar na sua história e escreveu um livro sobre o fenômeno: "The Fog: A Never Before Published Theory of the Bermuda Triangle Phenomenon", em que supunha que os desaparecimentos no Triângulo das Bermudas eram causados por nuvens magnéticas como a que engoliu seu avião. O maior problema da exótica hipótese de Germon é que ela se baseia no testemunho e na experiência vivida por uma única pessoa, sem nenhuma outra confirmação experimental até o momento.


Representação artística do efeito presenciado por Gernom

Depósitos de metano
Uma das teorias naturais construídas para explicar os desaparecimentos no Triângulo das Bermudas é conhecida por Teoria da Flatulência Oceânica (vulgarmente é claro).
Segundo esta teoria, sob o leito do oceano jazem grandes quantidades de gás metano aprisionado nos poros rochosos. Deslizamentos submarinos seriam capazes de libertar subitamente vastas quantidades deste gás que subiriam à superfície na forma de bolhas. Este gás borbulhante reduziria a densidade da água e faria um navio que estivesse posicionado acima dele afundar como uma pedra, como se um buraco se abrisse no oceano sob ele. Como o metano é mais leve que o ar, ele continuaria a subir ao atingir a superfície da água podendo afetar tanto a sustentação aerodinâmica de um avião quanto a indicação de seu altímetro (fonte) O metano poderia ainda causar uma pane no motor do avião, uma vez que esse precisa de oxigênio para que a combustão se realize (fonte). Algumas pessoas decidiram aplicar esta teoria ao mistério do Triângulo das Bermudas depois que, em 1981, uma plataforma na costa da Guatemala foi vitima do fenômeno (muto embora a plataforma não tenha afundado). Umdocumentário da BBC mostrou que uma profusão de bolhas poderia realmente afundar um pequeno barco ancorado, mas a experiência teve tantas limitações que seria difícil aplicá-la ao caso típico de um navio trafegando no Triângulo das Bermudas. Os pesquisadores sobrenaturais argumentam que diferentemente de uma plataforma ancorada, um navio poderia se mover para fora de um certeiro jorro de metano ou ao menos teria tempo de enviar um pedido de socorro.


Fonte: Documentário da BBC: "In Search Of Bermuda Triangle"

Anomalias magnéticas
O ponteiro de uma bússola sempre aponta para um dos pólos magnéticos da Terra, distante cerca de 2500 quilômetros do pólo norte geográfico, que é o ponto mais ao norte da Terra. A diferença entre a direção do pólo norte magnético e do pólo norte geográfico depende de onde se está no globo terrestre e é conhecido por declinação magnética. Costuma-se dizer que só há dois lugares na Terra em que o norte geográfico coincide com o norte magnético e que o Triângulo das Bermudas é justamente um desses locais.
De acordo com algumas pessoas, ao negligenciar esta bizarra anomalia magnética, pilotos e marinheiros que atravessam a região poderiam acabar perdidos. Mais do que isso, o fenômeno é geralmente citado como uma estranheza a mais no currículo do Triângulo das Bermudas; como um indício de há algo fora da ordem no local.
Os pontos em que os pólos magnético e geográfico coincidem, ou seja a declinação magnética é zero, estão sobre uma linha chamada de linha agônica (esta linha é simplesmente a linha que une os dois pólos; uma vez sobre ela a bússola que aponta para um dos pólos apontará também para o outro). A linha agônica é o melhor lugar para se estar se você é um marinheiro de primeira viagem que não sabe compensar a declinação magnética. Se a linha agônica atravessasse de fato o Triângulo das Bermudas, este seria provavelmente o último lugar da Terra em que um navegador distraído se perderia… Por isso é tão estranho que essa explicação tenha sido popularizada pela Guarda Costeira americana no FAQ que mantém há mais de 30 anos sobre o Triângulo das Bermudas.
Mas a linha agônica não cruza o Triângulo das Bermudas embora já o tenha feito no passado. Uma vez que o pólo norte magnético se move com o tempo, também a linha agônica muda de posição, aproximadamente 0,2 graus por ano na média. O mapa abaixo mostra a posição da linha agônica no ano de 2004. Repare que, atualmente, a linha agônica atravessa o Golfo do México.

Ondas gigantes
Navios que são engolidos pelo mar sem deixar vestígios não são exclusividade do Triângulo das Bermudas. Muito pelo contrário: pelo menos um navio desaparece por mês no mundo, muitos tão completamente quanto os do Triângulo do Diabo. Para eles existem outras explicações que bem poderiam também ser aplicadas à região das Bermudas. Uma dela é a teoria das ondas gigantes ou ondas anormais (do inglês "freak waves").
Durante muito tempo se imaginou que as ondas gigantes, de 30 metros ou mais, fossem um mito do mar. No entanto recentemente ondas de mais de 28 metros foram observadas na costa da África do Sul e há evidências de que o cargueiro alemão München tenha sido varrido do oceano por uma dessas ondas gigantes, episódio que serviu de inspiração para a nova versão do filme "Poseidon".
O clima
A causa mais plausível para os desaparecimentos no Triângulo das Bermudas é bem menos estranha do que você pensa: o imprevisível clima da região. A região das Bermudas é conhecida por suas tempestades repentinas, que vem tão rapidamente quanto vão; às vezes tão rapidamente que não deixam tempo para que um alerta seja emitido. Trombas d’água também são comuns na região e podem afundar de forma fulminante um navio ou um avião apanhados em seu caminho. A natureza também pode explicar porque freqüentemente as equipes de salvamento não encontram vestígios dos aviões e navios vitimados nas Bermudas. Para início de conversa é muito difícil, mesmo durante o dia e com tempo bom, enxergar algo no mar a partir de um helicóptero, mesmo quando se sabe onde procurar, como já demonstrou o ótimo documentário da BBC "In Search Of Bermuda Triangle".
Ainda mais difícil do que procurar por vestígios em um local pré-determinado é procurar por sobreviventes quando não se sabe ao certo onde ocorreu o acidente. A situação piora quando a busca não é feita imediatamente após o acidente, por exemplo, quando o desparecimento é notado no final da tarde, uma vez que a corrente do Golfo, que se move com uma velocidade de até 8 km/h, espalha os destroços rapidamente. Some a este cenário o fato de que alguns dos locais mais profundos da Terra localizam-se no Oceano Atlântico na região das Bermudas e você terá boas razões para que os desaparecimentos no Triângulo das Bermudas sejam tão completos.
Mas apesar de tudo o que vimos será que há algum fenômeno, ordinário ou extraordinário, no Triângulo das Bermudas que justifique a reputação da região?

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Descontruindo o Mistério

O livro "The Bermuda Triangle Mystery – Solved" (O Mistério do Triângulo das Bermudas – Solucionado) de Lawrence David Kusche, lançado quase simultaneamente com o livro de Berlitz é até hoje a obra definitiva para desconstruir o mito do Triângulo das Bermudas. Se Berlitz fundou o mistério, Kusche o trouxe abaixo.
Kusche investigou cuidadosamente cada um dos casos relacionados ao Triângulo das Bermudas, confrontando as histórias popularizadas por Berlitz com os documentos históricos e relatórios da Marinha e da Guarda Costeira.A conclusão de Kusche é que o que não foi completamente inventado por Berlitz foi no mínimo exagerado.
Por exemplo, muitos dos desaparecimentos creditados por Berlitz ao Triângulo das Bermudas nem mesmo ocorreram em seu interior. Este é o caso do Freya, que Berlitz afirma ter afundado no Triângulo mas que na verdade foi abandonado no Pacífico em 1902 e do Globemaster, que na realidade afundou na costa da Irlanda em 1951. Outros realmente cruzaram o Triângulo das Bermudas mas não se pode afirmar com segurança que desapareceram nele. Este é o caso do Atlanta, navio que, a rigor, pode ter desaparecido em qualquer lugar entre as Bermudas e a Inglaterra e do Star Ariel, que poderia muito bem ter afundado próximo à Jamaica. Segundo Kusche, se você marcar todos os desparecimentos atribuídos ao Triângulo das Bermudas em um globo verá que o Triângulo abrange quase todo o norte do Oceano Atlântico. O mágico e desbaratador de mistérios James Randi, fez ainda melhor em seu livro Flim Flam – Médiuns, ESP, Unicórnios e outros delírios: marcou em um mapa os mais misteriosos casos atribuídos ao Triângulo das Bermudas. Veja o resultado e tire suas conclusões:

Quanto aos desaparecimentos que realmente ocorreram dentro da região delimitada pelo Triângulo das Bermudas, Kusche mostrou que eles se tornam muito menos misteriosos quanto se conhece os importantes "detalhes" geralmente omitidos por Berlitz e outros autores e quando se despe as histórias de seus floreios rocambolescos que ajudam mais a vender livros do que a descobrir a verdade. Acompanhe a seguir.
Esclarecendo o mistério do Vôo 19
O tenente instrutor Charles Carroll Taylor, comandante do Vôo 19, era um piloto experiente com mais de 2500 horas de vôo, mas que acabara de ser transferido para Fort Lauderdale. Alem de não conhecer a região das Bermudas, Taylor já tinha ficado perdido em outras missões e certa vez levara dois aviões a fazerem um pouso forçado no Oceano Pacífico. É bom lembrar que voar naquela época, sem GPS e sofisticados computadores de bordo, era uma tarefa muito mais difícil. O piloto precisava estar todo o tempo atento à bússola e à velocidade do avião, medindo o tempo de vôo com um relógio para que pudesse calcular sua posição. Quando perdido, era preciso pedir socorro pelo rádio e tentar localizar um ponto proeminente no relevo, o que é presumivelmente bastante difícil em pleno oceano ou com clima adverso.
O plano da missão do Vôo 19 determinava que a patrulha saísse de Fort Lauderdale e, depois de um exercício de treinamento sobre as ilhas Hens and Chickens Shoals, retornasse à base seguindo a trajetória triangular indicada pela linha pontilhada dafigura 1. As gravações das comunicações entre os aviões e a base mostram que em algum ponto do vôo Taylor descobriu-se perdido e se convenceu de que voava sobre as ilhas Florida Keys, distantes centenas de quilômetros dali, no Golfo do México. A partir daí todas as decisões que tomou foram baseadas nesta premissa.
Mas o que levou Taylor a cometer um erro tão grosseiro? Acredita-se hoje que logo após o exercício, empurrado para o norte pelo vento, os pilotos não foram capazes de ver a ilha Cistern Cay, que deveriam usar como referência do vértice de sua rota. Em vez disso confundiram-na com a Great Abaco, muitos quilômetros à frente (figura 2) e só aí mudaram de rota, seguindo para o norte. Se estivesse na rota certa Taylor deveria cruzar com a Grand Bahama à sua frente, mas em vez disso via uma grande extensão de terra que parecia ser a Bahama à sua direita. Isso o levou a concluir que as duas bússolas do seu avião estavam quebradas.


A sequência de imagens mostra a hipótese mais provável para o fato do piloto do Vôo 19 ter ficado perdido.

Ao atingir o norte da Great Abaco e mudar novamente de rota Taylor parece ter confundido a sucessão de ilhotas que via à sua direita com a formação muito similar das ilhas Florida Keys (figuras 3 e 4).
Acreditando estar no Golfo do México (figura 5), Taylor mudou o rumo do vôo diversas vezes em busca de terra firme, ignorando os avisos de seus subordinados e as instruções da base em Fort Lauderdale, conduzindo a esquadrilha cada vez mais distante da costa e para fora do alcance do rádio (figura 6).
Durante todo este tempo a comunicação com o Vôo 19 foi seriamente prejudicada pelas transmissões cubanas e pelo mau tempo que se aproximava. Mesmo assim Taylor ignorou teimosamente os repetidos pedidos da base para passar o rádio para a frequência de emergência (3000 kHz). Aparentemente Taylor temia que os outros pilotos não fossem capazes de se manter na mesma frequência e a esquadrilha não conseguisse permanecer unida. Tivesse trocado a frequência e Taylor poderia não só ter obtido um sinal livre da estática produzida pela rede cubana, como contado com ajuda mais ampla, já que todas as estações em terra estavam equipadas com a frequência de emergência mas poucas delas podiam utilizar a frequência militar reservada.

Depois de horas voando a esmo sob o tempo cada vez pior, finalmente veio a noite. Já sem combustível, os cinco aviões não tiveram outra alternativa a não ser arremeter na escuridão contra o oceano crispado pelos fortes ventos. Mesmo que os pilotos pouco experientes conseguissem realizar um pouso bem sucedido em tais condições, o TBM Avenger não era projetado para flutuar e afundaria rapidamente nas águas geladas, a centenas de quilômetros da região onde se desenrolava a maior operação de busca da história.
Kusche alega que o relatório final da Marinha concluía pela responsabilidade de Taylor no acidente, mas este foi modificado em consideração à família do piloto. Seja como for, o fato é que uma série de circunstâncias colaboraram para o acidente: o fato de que os aviões não estavam equipados com relógios (e Taylor não ter levado um relógio de pulso), a recepção ruim dos rádios dos aviões agravada pela opção de Taylor em não usar o rádio de emergência, a demora da Força Aérea, que só lançou mão dos aviões de resgate quando o vôo estava irremediavelmente fora de alcance, a extrema disciplina dos aviadores-alunos que permaneceram fiéis ao seu comandante mesmo quando estava bastante claro que ele os estava levando na direção errada, o fato do Vôo 19 ser o último vôo programado para aquele dia e, logicamente, o mau tempo.
Quanto ao avião enviado no resgate do Vôo 19 que desapareceu tão misteriosamente quanto ele, o mais provável é que tenha explodido em pleno vôo alguns minutos após a decolagem. O Martin Mariner tinha o apelido de "Tanque de Óleo que Voa" devido ao escapamento de gases em seu interior. Nas condições certas, bastaria um cigarro aceso para provocar uma explosão. De fato diversas testemunhas relataram terem visto o que pareceu uma explosão no céu na mesma posição do radar no qual o hidroavião desapareceu e vestígios de óleo na água foram encontrados no local.
Os outro casos
No mesmo dia do desaparecimento do Sulphur Queen, turistas na costa de Cuba relataram um forte cheiro acre que poderia ser atribuído a carga de enxofre do Sulphur Queen. Baseado em relatórios que apontavam para problemas estruturais naquele tipo de cargueiro, a guarda costeira apontou como uma das prováveis causas do acidente um vazamento súbito de gás, que teria impedido a tripulação de pedir socorro pouco antes de uma explosão. Bem ao contrário do que escreveu Berlitz em seu livro, vários destroços foram encontrados, como mostra a foto abaixo. Já o fato de que nenhum corpo foi encontrado não é surpresa, considerando-se que a área do acidente é infestada de tubarões.


Ao contrário do que afirmou Berlitz, o Sulphur não desapareceu sem deixar vestígios.

Já o DC-3, desaparecido a 50 milhas de Miami após um contato normal com a torre, tinha relatado problemas com suas baterias. Em vez de recarregar as baterias no solo, o piloto preferiu partir sem demora e recarregá-las durante o vôo. Não se sabe ao certo o que aconteceu, mas a comissão que investigou o acidente suspeita que logo após sua última comunicação o DC-3 teve uma pane elétrica que deixou fora de operação o rádio e as bússolas automáticas. Sem rádio, o piloto não pode ser avisado do mau tempo que se aproximava. Voar em condições de clima adverso sem rádio e sem bússolas é uma boa maneira de ficar perdido.
Para os outros desaparecimentos que ocorreram no Triângulo das Bermudas e para aqueles que certamente ocorrerão, a Guarda Costeira americana tem pronta a mais pragmática das repostas (diga-se de passagem que o texto é a mesmo há mais de 30 anos):

"A Guarda Costeira não se impressiona com causas sobrenaturais para acidentes no mar. Faz parte da sua experiência reconhecer que as forças combinadas da natureza com a imprevisibilidade do homem superam a mais imaginativa ficção científica muitas vezes por ano."

Por fim, o golpe de misericórdia no mito: se o Triângulo das Bermudas fosse realmente uma área tão temerária à navegação e o número de acidentes ali, causados pelo clima, alienígenas ou outra coisa qualquer, fosse maior do que o de outras regiões de grande tráfego naval, as seguradoras cobrariam tarifas maiores sobre os navios que circulam na região. Mas isso não acontece. Contactada em 2000 a Lloyd`s of London declarou que não são cobrados valores maiores para os navios que circulam no Triângulo das Bermudas.
O Mar do Diabo
Algumas pessoas acreditam que o Triângulo das Bermudas não é o único lugar do mundo em que navios desapareceram em condições misteriosas. Muitos dizem que uma região à sudeste do Japão, conhecida por Mar do Diabo guarda sinistras semelhanças com a região das Bermudas, sendo tão temida pelos marinheiros quanto sua contra parte no oceano Atlântico.
O Mar do Diabo despontou no circuito paranormal depois do desaparecimento do navio de pesquisas Kaiyo Maru, em 1952. O Kaiyo Maru e seus 22 tripulantes, incluindo 9 cientistas japoneses, havia sido enviado para observar a erupção de um vulcão submarino no Pacífico quando desapareceu, provavelmente atingido pelas ondas violentas provocadas pela erupção. Três anos mais tarde um outro navio, o Shihyo Maru, perdeu o contato por rádio durante dez dias. A história terminou bem – o Shihyo Maru retornou são e salvo – mas nesse meio tempo o New York Times noticiou que "os pescadores da região (em que o Shyhyo Maru navegava) mencionavam que era como se o Diabo espreitasse à costa". E assim nascia a lenda do temível Mar do Diabo.
Pode-se dizer que o Mar do Diabo só sobrevive hoje às custas do Triângulo das Bermudas. Ao contrário deste, os únicos incidentes estranhos atribuídos ao Mar do Diabo aconteceram entre 1950 e 1954. Nada mais foi capaz de suscitar a fértil imaginação sobrenatural nos 30 anos seguintes. O pior é que ninguém avisou aos japoneses sobre o Mar do Diabo. Kusche contactou diversas agências e organizações japonesas e parece que ninguém jamais ouviu falar no Mar do Diabo por lá. Ironicamente, quem mais alimentou o mito do Mar do Diabo durante todos esses anos foi a própria Guarda Costeira americana. Como se não já não bastasse tentar atribuir os desaparecimentos no Triângulo das Bermudas à trivial declinação magnética, por mais de trinta anos a Guarda Costeira manteve que:

A área conhecida por Mar do Diabo pelos pescadores japoneses e filipinos, também exibe as mesmas características magnéticas. A região também é conhecida pelos misteriosos desaparecimentos.

por: Erisson Jacob

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introdução:

A maior parte das pessoas que assistiram aos filmes Men in Black I e II deve imaginar que esta é apenas mais uma produção de Holywood baseada em histórias em quadrinhos clássicas. Na verdade, os Homens de Preto fazem parte do folclore ufológico americano desde a década de 50, sendo levados a sério por muitos ufólogos. Em uma pesquisa realizada em um site ufológico brasileiro, por exemplo, 78% dos votantes disseram acreditar que estes misteriosos agentes, que abordariam testemunhas e pesquisadores de aparições de OVNIs, realmente existem. Será?

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O mito:

 

Os Homens de Preto (M.I.B.) são seres que aparecem em qualquer lugar onde aparições importantes de OVNIs tenham acontecido. Alguns dizem que eles são agentes do governo americano, outros dizem que são extraterrestres. Ou então que são agentes americanos que fazem parte de um esquema secreto de cooperação com os extraterrestres… De qualquer forma, sua missão seria a de encobrir avistamentos de naves extraterrestres. Para isso, eles avisam testemunhas e pesquisadores para que não divulguem suas informações, fazendo diversos tipos de ameaças e apreendendo evidências materiais.
A concepção clássica de um M.I.B. é um homem de idade indefinida, de porte médio e totalmente vestido, obviamente, de preto. Sua aparência é descrita como estranha, com uma forma mecânica de falar e andar, o que fez com que fossem comparados a robôs ou andróides. O tecido de seus ternos pretos seria estranhamente brilhante e fino, diferente dos tecidos conhecidos.
Combinando com suas roupas, os carros que os M.I.B. dirigem são sempre pretos e em geral grandes e caros. Os carros apresentam símbolos desconhecidos nas laterais e suas placas são irreconhecíveis. Em geral eles andam com os faróis apagados, mas o seu interior é iluminado por luzes "fantasmagóricas" verdes ou púrpuras. Os M.I.B. também teriam sido avistados em helicópteros (pretos, é claro) e até mesmo em discos voadores.
MIBA aparência misteriosa dos M.I.B. é complementada por relatos estranhos, como o de que teriam sido vistos cruzando um campo encharcado após fortes chuvas e chegando ao outro lado sem nenhum traço de lama em seus sapatos brilhantes. Ou então vestiriam apenas um fino casaco em dias de um frio congelante. Uma testemunha teria sido visitada por um M.I.B. que apresentava um fio verde implantado ao longo de sua perna (exposto quando a perna de sua calça subiu ao sentar-se). Um M.I.B. teria desintegrado um moeda em sua mão, avisando à testemunha que o mesmo aconteceria com seu coração se ela contasse o que tinha visto.
Talvez a teoria mais exótica sobre os M.I.B. diz que eles seriam representantes de uma "Nação do Terceiro Olho":
"Baseados em algumas informações que conseguimos, podemos afirmar que Sírius tem estado em contato conosco por um longo tempo. De acordo com George Hunt Williamson (um dos primeiros contatados), em seu livro "Other Tongues, Other Flesh", os aliados de Sírius na terra, ou seja, as sociedades secretas, usam o Olho de Hórus como uma insígnia. Este também tem sido o símbolo dos M.I.B.. Sociedades secretas acreditam que há um local na Terra, chamado Shambala, que eles consideram o centro espiritual do mundo, também conhecido como Grande Loja Branca. Agora, teósofos tais como Alice Bailey dizem que a Grande Loja está em Sírius. Se o "Olho-Que-Tudo-Vê" é um símbolo dos aliados de Sírius na Terra, e os M.I.B. usam este símbolo, e se Shambala representa a Grande Loja Branca na Terra – então os M.I.B. são emissários de Shambala. Sírius e Shambala são dois lados de uma mesma moeda. Isto é comprovado no livro "The Undiscovered Country", de Stephen Jenkins. Jenkins ouviu de sacerdotes budistas que Shambala se localiza na constelação Órion."

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As origens:

A primeira aparição registrada dos M.I.B. foi relatada por Albert K. Bender, editor de uma revista ufológica chamada Space Review. Em outubro de 1953, ele publicou um comunicado informando que havia descoberto informações que iriam desvendar o mistério dos discos voadores, mas não poderia publicá-las por ter recebido ordens contrárias. Bender alertou para que outros pesquisadores do ramo tomassem muito cuidado e sua revista deixou de ser publicada após este número. Mais tarde, Bender relatou, em uma entrevista, que havia sido visitado por três homens usando ternos pretos que haviam ordenado que ele parasse de publicar material relacionado a discos voadores. Esta história foi posteriormente contada em mais detalhes em seu livro "Flying Saucers and the Three Men in Black" (1962).
M.I.B. - ComicEm 1956, a lenda dos M.I.B. foi reforçada com a publicação de"They Knew Too Much about Flying Saucers", livro escrito por Gray Barker. Barker era o investigador chefe da organização ufológica chefiada por Albert Bender (o International Flying Saucer Bureau), dissolvida rapidamente após a suposta visita dos M.I.B., e compilou em seu livro inúmeros relatos de encontros com M.I.B. (incluindo o de seu colega). Estes relatos viriam a ser transformados em histórias em quadrinhos por Lowell Cunningham, na década de 80.
Gray Barker tornou-se, ao longo de seus trinta anos de carreira, um dos escritores mais prolíficos da ala mais fanática da ufologia americana. Um de seus colegas foi John Keel, escritor responsável pela introdução da abreviação M.I.B. Keel, que sugeriu a ligação dos M.I.B. com a "Nação do Terceiro Olho", escreveu o livro "The Mothman Prophecies", recentemente transformado em filme (lançado no Brasil com o título "A Última Profecia"). Neste livro, Keel apresenta um relato de supostas aparições que teriam ocorrido em uma pequena cidade americana, incluindo um misterioso pássaro gigante, OVNIs e, é claro, os M.I.B.
Outro documento interessante na história dos M.I.B. foi o chamado relatório Krill, disseminado no final da década de 80. De autoria de um suposto Dr. O.H. Krill e entitulado "Um relatório a respeito de nossa aquisição de tecnologia avançada e de nossa interação com a cultura alienígena", o relatório Krill faz extensas considerações sobre os M.I.B., incluindo descrições de relatos e sua ligação com uma civilização extraterrestre em Sírius. Segundo este documento, a primeira aparição documentada dos M.I.B. teria ocorrido em 1947, nas ilhas Maury, onde dejetos caídos de um disco voador teriam sido recolhidos por oficiais americanos e colocados a bordo de um avião que viria a se acidentar durante a decolagem.
Em 1991, outro livro sobre os M.I.B. foi publicado: "The Ufo Silencers: Mystery of the Men in Black", de autoria de Timothy Green Beckley. Outro autor prolífico, a lista de assuntos abordados por Beckley é, digamos, curiosa. Defensor da teoria da Terra oca, Beckley coleciona relatos sobre o assunto em seu livro "Subterranean Worlds inside Earth". Um destes relatos é de um soldador em uma fábrica de automóveis em Detroit que começa a ouvir vozes misteriosas durante o trabalho. Investigando as vozes, ele descobre que elas vêm de uma raça subterrânea chamada "Deros" (abreviação de "degenerate robots" – robôs degenerados). Já em "Smoky God and Other Inner Mysteries", Beckley relata uma entrevista com um habitante de uma civilização subterrânea! Outros de seus livros abordam as profecias de Fátima e Nostradamus, o fenômeno ufológico e, talvez o mais interessante, o chamado Conde de Saint German, o homem mais misterioso que já viveu. A descrição é bem adequada, já que ele viveria há séculos sob uma variedade de disfarces que incluem Cristóvão Colombo e Francis Bacon (sob cuja identidade teria escrito todas as peças de Shakespeare).
M.I.B. - fotoLevando em consideração os outros textos de Beckley, seu livro sobre os M.I.B. talvez não seja a fonte mais confiável de informações, mas, de qualquer forma, ele oferece um relato mais detalhado do incidente das ilhas Maury e sugere que estes seres estariam ativos há séculos. Por exemplo, ele cita a "misteriosa" origem do Selo dos Estados Unidos, que teria sido entregue a Thomas Jefferson, em uma noite em que este andava por seu jardim, por um homem vestindo uma capa preta – um M.I.B. ? O selo seria uma reprodução da cidade perdida de Petra, onde teria vivido uma raça misteriosa muito avançada tecnologicamente para sua época. Beckley também é o autor de uma foto que seria a única existente de um M.I.B., flagrado em frente à casa de um editor de uma revista ufológica.

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Conclusão:

Bem, é claro que apesar de todas as fraudes existentes sobre este assunto, alguém sempre pode acreditar que os M.I.B. realmente existem e têm feito um excelente trabalho de encobrir seus rastros. Por outro lado, considerando a impressionante freqüência com que relatos de UFOs são publicados, os M.I.B., se existirem, não me parecem muito competentes em sua missão principal.
Ou talvez os M.I.B. sejam tão eficientes que encobrem totalmente todos os avistamentos de UFOs verdadeiros, o que significaria que todos os casos publicados são falsos.

abs a todos….

Erisson

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Os Círculos nas Plantações (Crop Circles) são padrões geométricos que vêm surgindo em plantações de cereais em todo o mundo desde o fim da década de 70. Embora o fenômeno se concentre na Inglaterra – dois terços dos círculos foram descobertos em campos ingleses – estas formações já foram observadas em vários outros países como EUA, França, Japão, Canadá, Holanda, Hungria e Rússia. O nome do fenômeno se encontra um tanto envelhecido pelo tempo, pois nem todas as formações conhecidas são circulares nem apareceram exclusivamente em plantações, já tendo sido observadas sobre neve, areia e sobre a superfície de lagos congelados.
Dos círculos ingleses, 80% (esta estatística varia de acordo com a fonte e o critério de contagem) foram produzidos no Sul da Inglaterra em uma área denominada "Triângulo Místico", cujos vértices seriam os sítios de Stonehenge, Avebury e Glastonsbury. Este fato por si só já bastaria para conferir ao fenômeno uma atmosfera mística, mas, além disso, é muito freqüente estarem associados à descoberta dos círculos relatos de sons estranhos, luzes coloridas e aparição de OVNIs.
Os círculos nos campos permaneceram um mistério sem pistas até 1991, quando dois aposentados ingleses, Doug Bower and Dave Chorley, admitiram ter feito mais de 250 círculos desde 1978. Se para a mídia e para os cientistas em geral o mistério pareceu resolvido, a maioria dos cerealogistas (como são conhecidos os investigadores dos círculos) não se satisfez com a declaração de Doug e Dave. Declararam ser impossível que dois senhores de idade pudessem ter feito círculos de tamanha engenhosidade e enganado todos os investigadores durante mais de uma década. Acusaram os aposentados de contradições em suas declarações e afirmaram categorigamente que aquilo não passava de uma bem orquestrada armação de orgãos internacionais (mais precisamente um conluio entre a CIA, o MI-5, o serviço secreto alemão e o Vaticano) para desestimular a busca pela verdade sobre os círculos e desmoralizar os estudiosos. Para os cerealogistas a declaração de Doug e Dave, longe de encerrar o caso, tornou-o mais interessante, pois agora havia provas que forças ocultas estariam tentando esconder a verdade do público.
Atualmente os pesquisadores já contam mais de 10.000 círculos observados desde meados dos anos 70 (outra estatística que varia bastante de acordo com o critério de contagem). De lá para cá, os círculos se tornaram maiores, mais complexos e se espalharam pelo mundo. Atualmente o fenômeno vive um momento só comparável ao início da década de 90. O filme "Signs" do badalado diretor M. Nigth Shyamalan’s ("Sexto Sentido"), previsto para estrear em agosto deste ano, provavelmente fará pelos círculos nas plantações o que os incontáveis filmes de alienígenas verdes fizeram pelos UFOs: calará fundo o tema no imaginário coletivo.

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Pesquisadores em um famoso crop circle ingles

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oque dizem os caçadores de circulos:

Como seria de se esperar, os estudiosos dos fenômenos dos círculos nos campos, como os demais estudiosos de assuntos paranormais (onde por paranormal entenda-se o que está fora dos limite da experiência normal) são de composição mista, variando desde o estudioso que utiliza pelo menos um mínimo de aparato científico até o mais evidente charlatão que mistura este fenômeno num enorme caldeirão místico onde já estão artes divinatórias (existem "cartas de oráculo" baseadas nos círculos), médiuns, curandeiros, fantasmas, etc.
A maioria dos cerealogistas reconhece que vários do círculos foram e continuam sendo feitos por pessoas com intenções variadas, que iriam desde a simples vontade de aparecer até a tentativa deliberada de desacreditar o fenômeno, mas acreditam que a maioria dos círculos possuem características que não poderiam ser reproduzidas por seres humanos. Seriam elas:
(1) Presença de quantidades anormais de radiação eletromagnética;
(2) Hastes das plantas dobradas e não quebradas;
(3) Alterações biofísicas nas plantas;
(4) Aparelhos elétricos e magnéticos como câmeras, bússolas e celulares que não funcionam no interior dos círculos.
Outras características menos comuns relatadas por testemunhas incluem alterações do espaço-tempo no interior dos círculos (documentadas por fotografias (!?) e relógios que param), depósitos microscópicos de material de meteoritos e sensações de desconforto, como tonturas e vômitos, no interior dos círculos.
Uma vez descartada a hipótese de que TODOS os círculos tenham sido feitos por seres humanos, há ou houve pelo menos três teorias sobre quem estaria criando os círculos "genuínos":
(1) Os Círculos são criados por extraterrestres ou "inteligências superiores";
(2) Os Círculos são criados pela própria Terra, que seria uma entidade viva (chamada de Gaia) provavelmente através de vórtices de vento ou plasma;
(3) Os Círculos são criados espontaneamente por uma espécie de força geo-magnética;
As duas últimas hipóteses parecem ter sido abandonadas recentemente devido ao aparecimento em agosto de 2001 de duas formações bastante especiais: uma retratando uma face humana (ou extra-humana) e outra reproduzindo o código transmitido ao espaço em 1974 pelo radio-telescópio de Arecibo como parte do programa SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence). É geralmente aceito que estas formações exigiram uma entidade criadora com algum grau de inteligência.
Mais importante do que quem poderia estar fazendo os círculos é como eles estão sendo feitos. Sobre isso os pesquisadores tem menos pistas, ou menos campo para especular. O que se sabe é que quase a totalidade dos círculos foi criada da noite para o dia, embora existam alguns poucos relatos de círculos (pouco críveis mesmo entre os estudiosos) que parecem ter sido criados em questão de minutos ou até mesmo segundos. A teoria dos vórtices de vento ou "energias de plasma" como um fenômeno meramente meteorológico esteve muito em voga durante o início do fenômeno, mas não pôde dar conta da complexidade crescente dos círculos ao longo dos anos. Em julho de 2001 o Dr. Eltjo Haselhoff publicou um trabalho no jornal "Physiologa Plantarum" onde concluiu que as modificações estruturais supostamente sofridas pelas plantas no interior dos círculos poderiam ser explicadas por "bolas de luz" aquecendo o campo (bolas de luz costumam ser observadas em conjunção com os círculos). Sobre a natureza destas bolas e como elas fariam para aplainar as plantas ainda não há hipóteses.
Não sabendo quem e menos ainda como, o porquê os círculos são formados tem mais opções. É geralmente aceito que alguém ou alguma coisa está tentando comunicar algo. Assim muitos vêem na geometria intricada dos círculos uma linguagem através da qual se transmite uma variedade de complexas informações tais como figuras de animais e insetos, símbolos representando deuses e deusas, símbolos genéticos, códigos de viagem no tempo, arquétipos cósmicos, circuitos elétricos, dispositivos espaciais, símbolos astronômicos e astrológicos e até mesmo "insígnias do povo das estrelas".
Uma pista para a suposta mensagem e seus supostos autores pode estar na localização dos círculos. Há quem sustente que a região em que a maioria dos círculos está localizada é um chacra da Terra (no homem um chacra seria o ponto onde a alma está presa ao corpo) e que tal local é "um portal para energias cósmicas onde o véu entre as dimensões é muito tênue" (algo como "As Brumas de Avalon"…). Estes estudiosos afirmam existirem fortes evidências que os círculos são na verdade símbolos representando chacras humanos. Segundo esta interpretação, a formação do Castelo de Barbury, um dos círculos mais famosos, é associado "a estrutura etéria de Gaia, a mãe Terra". Outra formação, a Roda Dármica, estaria, segundo os mesmos peritos, relacionada ao desenvolvimento espiritual do homem. Existem ainda aqueles que relacionam o aparecimento dos círculos a sonhos e outros correlacionam suas mensagens ao livro do Apocalipse. Em www.greatdreams.com, o autor vai um pouco mais longe e correlaciona os círculos nos campos com o atentado de 11 de setembro.
Independente de quem, como e por quê, de forma quase unânime os pesquisadores acreditam haver algum tipo de conspiração envolvendo os governos de vários países, incluindo o Vaticano, para tentar abafar a verdade sobre os círculos, seja ela qual for. Segundo eles, algumas pessoas, com o apoio da mídia, estariam sendo pagas para fazer círculos ou para assumir a autoria de círculos que não fizeram com o propósito de ridicularizar o fenômeno e os pesquisadores, mantendo a verdade oculta.

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alguns exemplos:

 

A "mensagem de Chilbolton" e a "Face de Chibolton" foram as formações de maior impacto observadas até hoje, nem tanto pela complexidade, mas pelas conseqüências que trazem ao estudo do fenômeno. Estas duas formações apareceram em agosto de 2001 com apenas uma semana de diferença, em um campo ao lado do observatório de Chilbotlton em Hampshire.
A "Face" tem sido frequentemente comparada à "face de Marte", uma formação rochosa na superfície de Marte que devido à iluminação se assemelha a uma face humana, e que para os ufólogos seria a prova de que há ou já houve vida naquele planeta. Isto seria o bastante para deixar estupefatos os cerealogistas e ufólogos de todo o mundo, mas nem isso os preparou para o que veio uma semana depois.
Em 1974 o radiotelescópio de Arecibo em Porto Rico enviou uma mensagem de rádio em direção às estrelas na tentativa de estabelecer contato com possível vida extraterrestre. Esta mensagem, transmitida em código binário, continha várias informações sobre nossa raça como um mapa da localização da Terra no sistema solar, a estrutura em hélice do DNA humano, a população da Terra e uma imagem humana. Pois a formação descoberta nas plantações inglesas, uma semana depois da "Face" e bem ao lado dela, é uma cópia modificada daquela mensagem. Contém no lugar da figura humana, a figura humanóide de um alienígena, um DNA modificado com um hélice extra contendo sílicio em sua composição, um conjunto de planetas diferente do nosso e o número 21 bilhões no lugar da população da Terra. A discussão sobre o significado da mensagem, a réplica da SETI e a tréplica dos cerealogistas (esta sim, nonsense) pode ser encontrada nos links:
www.cropcircleresearch.com/articles/arecibo.html
www.seti.org/general/ao_message_crop.html
5thworld.com/Chilbolton/ChilboltonCode.html
As implicações destas duas formações são claras: uma vez que se aceita que elas não tenham sido criadas por boateiros, se é forçado a admitir uma origem alienígena abandonando as outras teorias.

A mensagem de Chibolton A mensagem do programa SETI A face de Chibolton
A mensagem de Chibolton, a mensagem original enviada pelo programa SETI ao espaço e a face de Chibolton

Vista aérea da mensagem e face de Chibolton
Fotografia aérea mostrando as duas formações

A formação de Milk HillA formação de Milk Hill com 409 círculos é provavelmente a maior, mais impressionante, mais bela e mais complexa jamais construída (o ponto preto que você NÃO consegue ver no círculo central é uma pessoa). Os cerealogistas o receberam com entusiasmo, pois acreditaram finalmente ter encontrado um círculo acima de qualquer dúvida, um que não poderia ter sido feito por homens em apenas uma noite de trabalho. Nenhum grupo assumiu sua autoria até o momento.

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onde há dúvidas (I)

A primeira e mais óbvia questão que vem à cabeça depois do estudo do farto material existente sobre os círculos nas plantações é a seguinte: mais de vinte anos e milhares de círculos depois, como é possível ainda não haver nenhuma informação sólida sobre o assunto? Os próprios pesquisadores do tema admitem estarem praticamente no mesmo ponto em que estavam no final dos anos 70, quando os círculos começaram a ser estudados. Não seria isto suficiente para indicar que talvez os cerealogistas estejam perseguindo uma quimera e que toda a história deve ser encarada apenas como um gigantesco fenômeno artístico e social?
Por que os círculos são invariavelmente criados à noite? Afinal, das possíveis causas apresentadas pelos investigadores de círculos para sua criação: místicos, religiosos, geológicos, meteorológicos ou extraterrenos, nenhum parece necessitar da noite como catalisador (afinal, OVNIs nunca foram exclusivamente notívagos). Por outro lado seres humanos que desejam construir círculos sorrateiramente, seja para não serem descobertos pelos donos das plantações que destróem, seja para manterem o tema envolto em mistério, estes sim são favorecidos pela escuridão. Há pelo menos uma certeza: muitos círculos, incluindo os tidos como genuínos (por exemplo os "desconcertantes" círculos de Chilbolton) foram descobertos após o fim de semana, o que mostra que os ETs ou pessoas que os criaram parecem preferir a quietude dos fins de semana para trabalhar.
As primeiras formações observadas ainda durante os anos 70 eram círculos simples ou conjuntos de círculos concêntricos. Desde então os desenhos evoluíram para padrões muito mais elaborados: formas esotéricas, figuras de animais, representação de campos magnéticos, fractais e muitos outros simplesmente não classificáveis. A complexidade crescente dos círculos não seria um indicativo de que alguma evolução técnica estaria ocorrendo? E de quem se esperaria uma tal evolução? De alienígenas que logicamente dominam a tecnologia de viagem interplanetária (e que viajaram milhares de anos-luz para passar suas noites em campos de trigo), ou de seres humanos acumulando e repassando para outros o know-how adquirido com décadas de prática? Pode-se é claro alegar que a mensagem que os criadores de círculos estão enviando é que está se tornando mais complexa, à medida que nos tornamos mais preparados para interpretá-la. Mas e quanto ao fato de que os círculos feitos na Inglaterra, onde o fenômeno nasceu e onde sempre houve a esmagadora maioria das ocorrências, sempre foram os mais elaborados do mundo? Isto não corroboraria o fato de que os ingleses se especializaram em fazer círculos como os suíços em fazer relógios?

Círculos
Círculos

Os pesquisadores sustentam que os círculos tidos como genuínos possuem características impossíveis de serem reproduzidas por seres humanos. De fato este deve ser o ponto central em todo o estudo dos círculos, pois se os círculos genuínos realmente se diferenciam através de dados mensuráveis, como níveis de radiação e alterações biofísicas das plantas, parece bastante simples separá-los daqueles criados por grafiteiros de cereais, aventureiros, agentes da CIA, Homens de Preto ou quem quer que seja. Se este ponto fosse devidamente esclarecido, científicamente provado, não restaria muito com que os céticos pudessem argumentar. A tarefa é até relativamente simples: bastaria recolher amostras de plantas em círculos ao redor do mundo (material não falta; surgem quase 200 círculos por ano, 150 somente na Inglaterra), distribuir as amostras de forma randômica e enviá-las para que laboratórios isentos façam as análises. Infelizmente este nunca foi o procedimento adotado.
Uma das "técnicas" mais utilizadas para a análise da genuinidade de um círculo é a radioestesia, ou "dowsing" (veja aqui uma análise mais detalhada desta pseudociência). O principal equipamento empregado na radioestesia é chamado de dowser, que pode ser um pêndulo, uma forquilha ou um par de varetas apoiadas em um suporte (exemplos). Freddy Silva, um de seus pesquisadores mais famosos, define a técnica: "dowsing é uma técnica intuitiva que emprega varas ou pêndulos para localizar áreas de energia. O sistema nervoso central sendo eletromagnético por natureza reage com o campo eletromagnético de uma área ou objeto e a força muscular é transferida para as varas. Assim, os radioestesistas são capazes de localizar quaisquer coisas que procurem, pois fundamentalmente toda matéria e espírito é um conjunto de linhas eletromagnéticas". Segundo o pesquisador este versátil instrumento possui múltiplas funções como medir a energia de chacras, encontrar água, óleo e objetos perdidos pela casa (uma espécie de canivete suíço astral). Vários pesquisadores dos círculos são também iniciados na utilização destes instrumentos (que dizem ser usados pelas grandes companhias de petróleo na procura de reservas minerais).
Usando da suspensão da descrença por um instante, imaginemos que o dowser seja um instrumento realmente válido para determinar a energia eletromagnética, ou qualquer outro tipo de energia, que alguns dos círculos possam possuir. Em seu site Freddy Silva afirma que a precisão das medidas feitas com este aparelho está sujeita à fé da pessoa que o opera. Diz Silva: "quando uma pessoa se aproxima de um círculo com um sentimento profundo de que ele é real, surpreendentemente o dowser reage a esta crença". Ainda segundo Silva um círculo falso não possui energia detectável por umdowser, "exceto aqueles onde um grupo de pessoas tenha meditado dentro".
Agora, qual é exatamente o valor científico de uma medida feita com um instrumento cujos resultados podem ser diferentes de acordo com a pessoa que o opera ou de acordo com a fé da pessoa no instante que o opera? E que podem ser mascarados caso um grupo de pessoas tenha meditado anteriormente no local da medição?
Algumas vezes métodos ainda mais subjetivos são citados: segundo um pesquisador, os círculos "genuínos", feitos por quem quer que seja, possuem um diferencial estético, "algo que você percebe quando o vê, mas que não pode ser explicado pois toca cada pessoa diferentemente. Algo que tem a ver com proporção e balanço, clareza e precisão e a habilidade de comunicar a um nível que transcende a maravilha." Marcus Allen (The Sussex Circular #33, September, 1994 disponível em www.greatdreams.com)
Os cerealogistas divergem sobre qual a parcela dentre todos os círculos é genuína.Nancy Talbot diz que mais de 90% são genuínos, enquanto Colin Andrews conclui, após uma década de estudo, que 80% são criados por homens. Ou seja, dado um círculo é muito provável que um estudioso o classifique como "genuíno" e outro como "falso". Isto não indica que os próprios pesquisadores estão sem parâmetros para julgar quando um círculo é feito por homens ou não?
Como dissemos, sempre temos o cuidado de ao menos tentar destilar o caldo dos estudiosos retirando dele os charlatães descarados, mas mesmo das fileiras dos pesquisadores ditos sérios vêm argumentos insólitos; Lucy Pringle, que estuda o fenômeno há pelo menos uma década, diz que "uma amiga colocou seu gato no centro do círculo e este parecia sentir que havia algo extraordinário". Outra hora diz que mulheres grávidas devem evitar os círculos pois eles podem causar partos precoces (Por sinal o site desta pesquisadora é lugar certo para se comprar bugigangas relacionadas aos círculos, como posters, calendários e pingentes).
Nem tudo, no entanto, é tão subjetivo no estudo dos círculos. Existem pelo menos (na verdade foram todos que conseguimos localizar) três artigos publicados com ao menos um verniz científico. O primeiro é o estudo de um certo BLT Research Team (onde BLT não é a inicial de algum centro de pesquisa como você poderia esperar, mas a inicial dos pesquisadores – Jonh A. Burke, Nancy Talbot e Dr. W.C. Levengood) mostrando que, em laboratório, plantas retiradas de dentro dos círculos cresceram mais do que aquelas retiradas de fora deles. A conclusão dos pesquisadores é a seguinte: "Estas mudanças físicas amplamente documentadas sofridas pelas plantas (arroz, milho,etc) nas formações ao redor do mundo sugerem o envolvimento de complexos e intensos sistemas de energia de plasma operando sob condições de caos determinístico". O que isso quer dizer exatamente foge ao nosso conhecimento.
Infelizmente não se pôde averiguar no site do BLT Research qual a formação dos autores (à exceção de um dos deles, biofísico), e embora eles apregoem utilizar técnicas de microscopia eletrônica, EDX, espectrometria de massa, difração de raios-x e outros, tudo o que é mostrado são plantas em diferentes estágios de crescimento. Embora seja uma experiência válida, ela poderia ser reproduzida por qualquer pessoa com talentos medianos de jardinagem e parece muito pequena para um "time" de pesquisadores. O BLT Research Team diz, no entanto, que estes resultados são apenas o "ápice da pirâmide" e oferece um dossiê completo com os resultados de suas investigações caso se envie US$ 20 e um envelope selado para Nancy Talbott, Box 127, Cambridge, Massachusetts 02140 (apesar de não se considerarem uma organização com fins lucrativos). Como não enviamos os US$ 20, não pudemos julgar o estudo por completo.
O segundo estudo existente é do Dr. Hasselhoff, PHD em física. Autor do elogiado livro "Crop Circles", Dr Hasselhoff procura dar o enfoque mais racional possível ao fenômeno. Infelizmente nos parece que neste caso "o mais racional possível" não é o suficiente. Veja duas de suas respostas às perguntas postadas em seu site www.dcocc.com:
"Boa pergunta. Porque há tantos pingüins no pólo sul e não em outros lugares?"
Parte de sua resposta à pergunta: "Por quê há tantos círculos na Inglaterra?
"Mesmo não conhecendo a origem dos círculos fica claro que ‘Os Sinais sobre a Terra’ chegaram. Isto deveria fazer qualquer um pensar duas vezes antes de dispensar o assunto como algo sem importância".
Quando perguntaram-lhe se os círculos poderiam ser a confirmação dos "sinais sobre a Terra" previstos no livro do Apocalipse, que antecederiam à segunda vinda de Cristo.
O julgamento fica por conta do leitor.
De qualquer maneira seu estudo conclui que as bolas de luz normalmente associadas ao surgimento dos círculos podem ser as causadoras das alterações biofísicas sofridas pelas plantas. A natureza destas alterações e sua distribuição nos círculos a que se refere o Dr. Hasselhof são as relatadas no trabalho do Dr. Levengood (o "L" do BLT Resesarch) que por sua vez foi criticado pela comunidade científica por não ter conduzido seus experimentos de maneira totalmente imparcial. Ou seja, o trabalho do Dr. Hasselhoff está apoiado em resultados controversos.

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Onde há dúvidas (II)

 

Poucas coisas unem mais os pesquisadores do que a certeza de que existe uma enorme conspiração conduzida pelos serviços secretos de vários países e pela mídia em geral para desacreditar o fenômeno dos Círculos. Um bom exemplo é oartigo de Marcus Allen (The Sussex Circular #33, September, 1994). Como outro exemplo, Freddy Silva diz já ter sido revelado que militares estariam subornando os fazendeiros para que destruíssem qualquer círculo que fosse encontrado em seus terrenos. A história teria sido confirmada por vários fazendeiros que "naturalmente preferiam ficar no anonimato". Naturalmente.
Entretanto existe um ponto que é comum aos teóricos da conspiração em geral: a sutil falta de detalhes. Por exemplo, nosite de Freddy Silva, lê-se que "felizmente, pesquisadores descobriram que por detrás de cada incidente mostrado na televisão (tentando desmascarar os Círculos como fraudes) estava o governo inglês, com o conhecimento de inteligências estrangeiras, estando a CIA e as autoridades germânicas em primeiro lugar. Em vários incidentes, documentos vazaram provando um complô multinacional para desacreditar os Círculos. Esta evidência foi publicada e creditada a George Wingfield, Armen Victorian, Jurgen Kroenig e outros".
Bem, a CIA já se tornou uma espécie de referência obrigatória em se tratando de teorias conspiratórias mas que autoridades alemãs são essas? Que documentos? Esta evidência foi publicada aonde? Quem são as pessoas citadas? Não há links, não há referências bibliográficas, não há nada que ultrapasse o simples boato, especialmente de uma coisa que se diz provada e que consiste na contra argumentação central dos que defendem a veracidade dos círculos.
Em um dos artigos publicados na revista "O Circular", Lucy Pringle (a pesquisadora que relata a opinião de gatos) faz menção ao significado de uma Flor de Lótus. Segundo ela, diferentes chacras são representados por flores de lotus com diferentes números de pétalas. Segue dizendo que: "É largamente aceito que o chacra do plexo solar é representado por uma flor com dez pétalas e relaciona-se ao aspecto emocional do nosso ser, a energia que flui para o coração".
Poucos meses depois deste artigo ter sido publicado, uma formação representando uma rosa com dez pétalas foi encontrada. O caso é narrado no próprio site de um dos cerealogistas. O curioso é que ninguém viu nada estranho nisso, pelo contrário; preferiram crer na maravilhosa coincidência da mensagem do que imaginar que alguém tivesse simplesmente se inspirado no artigo para construir um novo círculo.

Círculo de quatro pétalas Círculo de seis pétalas
A formação da esquerda possui quatro extremidades, por isso é associada a um chacra primário, enquanto a da direita é associada a um chacra secundário por possuir seis pétalas
( www.greatdreams.com/crpchk1.html)

Ainda assim a analogia entre os círculos e chacras que este cerealogista faz nos parece um tanto forçada. Como qualquer pessoa que já estudou desenho geométrico antes poderá dizer, uma rosa com seis pétalas é uma das figuras mais óbvias que se pode fazer com um compasso (ou com um lápis e um fio). Nenhuma criança imagina estar desenhando chacras ao brincar com um compasso, nem seus pais buscam tais significados ocultos nestes inocentes desenhos.
Por último uma informação curiosa. O grupo circlemakers relata em seu site terem visto diversas vezes estranhas luzes e flashs enquanto eles mesmos construíam seus círculos. Por exemplo, Matthew Williams um dos fazedores de círculo, relata como ele e dois amigos reproduziram um círculo na Nova Zelândia patrocinados por uma rede de TV japonesa. Ao final da narrativa, Matthew explica que sempre reza antes de construir seus círculos a fim de atrair forças paranormais para si e para outros e em seguida comenta ter observado, durante a construção do círculo, um misterioso globo de luz alaranjada junto a uma árvore, que desapareceu após 10 minutos. Acrescenta que durante este tempo o globo de luz não foi visto por mais ninguém da (numerosa) equipe de filmagem. Matthew então explica que não foi a primeira vez que viu luzes vermelhas ou laranjas enquanto construía seus círculos e que normalmente associa estas luzes a "outras formas ou outras inteligências". Estariam os fazedores de círculos nos dando a solução de um mistério ao mesmo tempo que criam um novo? Será que os circlemakers não têm interesse em desmistificar por completo os círculos preferindo manter algum aspecto de mistério em torno de sua arte? Será que as luzes coloridas são um fenômeno genuíno associado aos círculos, independente de quem os está criando?
Pelo menos no caso de Matthew e de seu círculo na Nova Zelândia a resposta pode ser obtida em suas próprias palavras, pois logo no início de sua história ele nos conta como a equipe de iluminação da TV japonesa acendia a cada hora poderosos refletores para que o progresso do círculo pudesse ser filmado em cores, e como, depois que eles eram desligados, todos ficavam praticamente cegos e ofuscados por mais ou menos 10 minutos, curiosamente o mesmo tempo que seu globo de luz alaranjada levou para desvanecer.

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CONCLUSÕES:

 

Apesar de pesquisadores afirmarem que "amostras de plantas dos círculos dos campos têm sido cientificamente testadas por alguns dos melhores biólogos da Terra", não é possível encontrar artigos nem referências bibliográficas sobre nenhuma pesquisa científica corretamente conduzida, com métodos que excluam qualquer parcialidade tendenciosa, que tenham demonstrado que houve realmente alterações físicas sofridas pelas plantas nos locais de alguns dos círculos. Considerando que o tema é estudado há mais de vinte anos por centenas de pesquisadores em todo o mundo, considerando que o material para estudo é farto – surge no mínimo um círculo por dia na Inglaterra durante o verão – e considerando que os ensaios e técnicas requeridas em um estudo desta natureza são relativamente simples, não deveria ser difícil produzir e duplicar trabalhos comprovadamente isentos, que pudessem ser aceitos pela comunidade científica. O fato de tal estudo ainda não existir é o fato mais estranho em toda a história dos círculos nas plantações.
Em contraste com a falta de evidências realmente científicas e definitivas de origem extra-humana dos círculos, existe abundante e farto material documentado mostrando pessoas fazendo círculos. Muitos deles, por sua complexidade e perfeição, enganaram pesquisadores de longa data que declararam serem estes círculos genuínos, o que não é realmente uma surpresa devido à falta de critério existente para classificar um círculo como "genuíno" ou "falso".
As novas formações de Chibolton encurralaram os cerealogistas e os forçaram a excluir qualquer hipótese que não inclua alienígenas. Porque uma raça capaz de construir um artefato para atravessar milhares de anos-luz escolhe se comunicar com a raça humana através de mensagens em plantações é um mistério maior do que a própria mensagem. Para dizer o mínimo.

 

olha a chuva!!!!

nossa ta quase nahora de ir trampar….e ta formando mó temporal la fora….

vixi hoje eu to na roça!!!!